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1% dos brasileiros vivem em penitenciárias ou outros centros de detenção, aponta IBGE

A maior parte do grupo é de homens entre 20 a 29 anos; ao todo, são quase quase 480 mil pessoas

Por Gabriela Morgado

1% dos brasileiros vivem em penitenciárias ou outros centros de detenção, aponta IBGE
Marcelo Camargo/Agência Brasil

Quase 480 mil brasileiros vivem em penitenciárias ou outros centros de detenção. A maior parte deles, homens de 20 a 29 anos. O resultado corresponde a menos de 1% da população do país. A taxa de analfabetismo, nesses locais, é de 6,6%, relativamente baixa, por causa do perfil jovem da população encarcerada.

Os dados fazem parte de um recorte do Censo 2022, divulgado nesta sexta-feira (6) pelo IBGE. As instituições de detenção abrigam a maioria das pessoas que moram em domicílios coletivos, que incluem ainda locais como asilos, hotéis e clínicas psiquiátricas. 837 mil brasileiros estão nessa situação, um aumento de 22,6% em relação a 2010.

São mais de 7.500 brasileiros em unidades de internação de menores.

De acordo com a Secretaria Nacional de Políticas Penais, do segundo semestre de 2022 para a segunda metade de 2023, o número de vagas no sistema penitenciário brasileiro caiu de pouco mais de 596.000 para aproximadamente 487.000. Ao final de 2023, havia ainda cerca de 460 mil presos em regime fechado e semiaberto no país.

Depois das penitenciárias, os asilos para idosos são os que mais concentram a população em domicílios coletivos: 160.784 brasileiros moram em casas de repouso, a maioria, mulheres a partir de 80 anos.

Os pesquisadores ressaltam que, nesses locais, a taxa de analfabetismo é bastante elevada. Considerando apenas os idosos, de 60 anos ou mais, o índice é de 30,5%, enquanto no país, a taxa foi de 17,2%.

Leonardo Pisani é diretor executivo do Grupo ACASA, de casas de repouso no Rio de Janeiro. Para ele, a sociedade tem mudado uma visão preconceituosa em relação a asilos.

Em seguida no ranking do IBGE, aparecem hotéis ou pensões, outros domicílios coletivos não especificados, alojamentos, clínicas psiquiátricas, abrigos para grupos vulneráveis, orfanatos, abrigos para pessoas em situação de rua, unidades de internação de menores e quartéis ou outras organizações militares.

A maior parte da população encarcerada (52%) e de moradores de asilo (57,5%) se concentra no Sudeste.

Já a metade da população em situação de rua em abrigos no país está no estado de São Paulo.

A pesquisa do IBGE também mostrou que 160.485 brasileiros vivem em domicílios particulares improvisados, como aqueles em vias públicas, estabelecimentos comerciais e terrenos abandonados. O número é menor do que o registrado em 2010, quando 282.692 estavan nessa situação. A maior parte também mora no estado de São Paulo.

56.600 pessoas vivem em tendas ou barracas. 22,3% delas são analfabetas. Já 43.368 vivem dentro de estabelecimentos em funcionamento. Nesses casos, a taxa de analfabetismo é de apenas 9%. 1.875 chegam a viver dentro de veículos, como carros e barcos, com 9,5% de pessoas analfabetas.

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