O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, disse em um vídeo neste domingo (13) que bombas russas vão cair em território da Otan, a Organização do Tratado do Atlântico Norte, caso uma zona de exclusão aérea não seja formada nos céus ucranianos.
A fala acontece no mesmo dia em que uma base militar da Ucrânia foi bombardeada por foguetes russos nas proximidades de Lviv. A cidade é o ponto mais perto da fronteira com a Polônia, a cerca de 25 quilômetros do país vizinho, e é ponto de passagem para milhares de ucranianos que fogem da guerra iniciada no dia 24 de fevereiro por Vladimir Putin.
Até então, a região vinha sendo poupada dos ataques e o bombardeio que deixou 35 mortos e mais de 130 feridos pode indicar a abertura de um novo flanco do conflito.
Uma zona de exclusão aérea formada pela Otan faria com que mísseis, foguetes e aviões russos pudessem ser abatidos ainda em voo, impedindo novas baixas ucraniana pelos bombardeios russos. Com um força aérea menos forte e com limitações após as perdas provocadas pela Rússia, Zelensky tem pedido mais ajuda aos países do Ocidente.
Líderes de nações pertencentes à Otan resistem na zona de exclusão aérea por acreditarem que Vladimir Putin veria nisso uma interferência direta do Ocidente no conflito e provocaria uma escalada da guerra.
Caso bombas atinjam territórios de países membros da Otan, todos os 30 participantes da aliança militar precisariam se empenhar em uma guerra de resposta à agressão sofrida. A medida consta na carta de adesão dos países no grupo liderado pelos Estados Unidos.
A Otan foi criada no final da guerra fria para combater o poderio e a influência da então União Soviética na Europa. Ao longo dos anos, mesmo com o “fim” do inimigo do comunismo, a organização foi angariando novos membros e se aproximou da fronteira com a Rússia. A neutralidade da Ucrânia em reação à Aliança Militar do Ocidente é um requisitos impostos pelos russos para cessar a “operação militar especial”, expressão utilizada pela Rússia para se referir ao conflito.