Voluntários que participaram das pesquisas para testes das vacinas contra a Covid-19 não conseguem comprovar que foram imunizados. Os participantes ainda não têm os dados cadastrados no aplicativo do governo federal, o Conecte SUS e outras plataformas oferecidas pelos estados e prefeituras.
Apesar de já terem recebido as doses da vacina contra o coronavírus, eles não podem ter o comprovante oficial de vacinação, o chamado passaporte da vacina.
Alguns desses entraram em contato com a “Central de Ouvintes” para relatar que estão preocupados e que sofrem várias restrições, inclusive no trabalho.
Sem uma carteirinha de vacinação, a psicóloga Andrea Souza, que participou do teste da Coronavac, não consegue comprovar sua vacinação através do software.
“Nossos dados não foram atualizados. A gente não tem carteirinha e não tem previsão”, conta Andrea.
A situação ocorreu de forma semelhante com o empresário Rogério Berziganian. Ele e a esposa participaram da pesquisa da vacina da Pfizer e não têm acesso ao passaporte da vacina.
“Apesar da gente ter um calendário à parte. Nós dois tomamos as doses. Quando eu me conectei no Conecte SUS e no E-saúde, percebi que as minhas doses não estavam lá”, disse.
Procurada pela Central de Ouvintes, a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo informou que o os voluntários de estudos clínicos podem acessar a carteirinha digital, no aplicativo Poupatempo Digital.
O documento contém informações sobre as doses, data da vacinação, o profissional vacinador, nome e registro do local, fabricante e o número do lote da vacina aplicada.
Pelo aplicativo é possível baixar e fazer a impressão da carteira digital, caso seja necessário. Ela já vem com um QR Code, que comprova os dados do cidadão.
Atualmente, o Ministério da Saúde ainda não possui campo específico no “Conecte SUS” para os voluntários.