O volume de serviços prestados no país registra recuo de 0,9% em agosto em comparação com o mês de julho. A retração chega após três meses de aceleração que foi de maio a julho; o setor tinha acumulado ganho de 2,1%.
Essa é a maior queda desde abril de 2023, quando o setor registrou retração de 1,7%. O resultado vem abaixo do consenso de mercado que esperava aceleração de 0,4% no mês.
Segundo os analistas, a retração pode ser explicada pela redução do fôlego de consumo, tanto na parte de serviços ligados às rendas maiores, como nos serviços mais básicos. Além disso, a surpresa negativa foi influenciada pelo desaquecimento nos transportes de carga e portuário.
Segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), o setor cresceu 0,9% em comparação com agosto de 2022, e acumula altas de 4,1% no ano e de 5,3% em 12 meses.
A retração do setor foi acompanhada por outras três atividades: prestados às famílias (-3,8%); de informação e comunicação (-0,8%); e dos outros serviços (-1,4%). Em sentido oposto, os serviços profissionais, administrativos e complementares (1,7%) foram o único avanço do mês.
A colunista de Economia da Rádio BandNews FM, Juliana Rosa, destaca os desafios internos para sustentação da economia, mas pondera que alguns programas podem auxiliar no consumo.
"Nesta segunda metade do ano, a gente tem ainda uma expectativa de redução de endividamento com o Desenrola, a queda de juros, o pagamento das dívidas podendo sustentar o fôlego de consumo, a inflação."
Dos 26 estados brasileiros, 19 registraram retração no volume de serviços em agosto de 2023, na comparação com o mês anterior, acompanhando o resultado nacional. As maiores taxas negativas foram registradas em São Paulo, Minas Gerais e na Bahia. No sentido oposto, as contribuições positivas vieram de Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio de Janeiro.