O presidente Lula (PT) se reúne nesta terça-feira (30) com 10 líderes da América do Sul em uma tentativa de reaproximar os países da região.
São esperados os presidentes Alberto Fernández, da Argentina; Luís Arce, da Bolívia; Gabriel Boric, do Chile; Gustavo Petro, da Colômbia; Guillermo Lasso, do Equador; Irfaan Ali, da Guiana; Mário Abdo Benítez, do Paraguai; Chan Santokhi, do Suriname; Luís Lacalle Pou, do Uruguai e Nicolás Maduro, da Venezuela.
A exceção será Dina Boluarte, do Peru, que enfrenta uma crise interna desde a deposição do antigo presidente, Pedro Castillo. Ela será representada pelo chefe do Conselho de Ministros peruano, Alberto Otárola.
As conversas serão divididas entre a manhã e a tarde. Já durante à noite, Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama, Janja, recebem os convidados para um jantar no Palácio da Alvorada.
Na segunda-feira (29), Lula recebeu no Palácio do Planalto o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que não vinha ao Brasil havia 8 anos.
O encontro marcou a retomada das relações entre os dois países, que tinham sido suspensas em 2019, durante o governo Jair Bolsonaro.
Ao lado de Maduro, Lula afirmou que a Venezuela é vítima de uma narrativa falsa: "Acho que está nas suas mãos, companheiro, construir a sua narrativa e virar esse jogo para a Venezuela voltar a ser um povo soberano, onde somente seu povo, através de votação livre, diga quem vai governar o país".
A fala de Lula foi criticada pela oposição e por ONGs internacionais, como a Human Rights Watch, que declarou que a situação na Venezuela é uma "realidade inquestionável".
O presidente brasileiro ainda classificou o encontro como "histórico" e chamou de "impostor" Juan Guaidó - líder da oposição na Venezuela que chegou a se autoproclamar presidente.
Nicolás Maduro, por sua vez, criticou o "extremismo" dos governos de direita e reforçou o discurso de integração regional. O venezuelano disse ainda que o país está de "portas abertas" para os empresários brasileiros.
Atualmente, a Venezuela tem uma dívida de cerca de R$ 6 bilhões com o Brasil. O valor se refere a investimentos feitos pelo BNDES em obras de infraestrutura durante os governos do PT.
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, um grupo de trabalho será criado para reprogramar o pagamento dos débitos.