Vice-governador de SP detalha trem entre cidades e novas ações na Cracolândia

Em entrevista exclusiva à BandNews FM, Felicio Ramuth prometeu lançar o edital do Trem Intercidades até junho, criticou as ações de segurança pública da gestão anterior e deu detalhes sobre concessões do novo governo

BandNews FM

O vice-governador de São Paulo, Felicio Ramuth, prometeu lançar até junho o edital para a construção de um trem entre a capital paulista e Campinas, criticou a gestão anterior na Segurança Pública e destacou o projeto de levar o combate à Cracolândia para o interior do estado.

Em entrevista exclusiva à BandNews FM nesta sexta-feira (27), ele também confirmou que a privatização do Porto de Santos e a alteração no Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) estão entre as reivindicações do estado de São Paulo com o governo federal. 

Em relação à privatização na Baixada Santista, o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França já se mostrou contrário à ideia, mas o vice-governador confirma que “pode surgir um meio termo entre ele e Tarcísio de Freitas”. O governador tem uma reunião marcada com o ministro nesta sexta para falar sobre o assunto. 

O vice-governador prometeu lançar até junho o edital do Trem Intercidades (TIC). Os trilhos já existentes serão utilizados para tirar o projeto do papel e realizar a conexão entre São Paulo e Campinas. O custo estimado do projeto é de R$ 8 bilhões. Outros dois estudos serão realizados para verificar a viabilidade dos trajetos São Paulo-São José dos Campos e São Paulo-Sorocaba. 

Ainda sobre o transporte sobre trilhos, Ramuth afirmou que “seria traumático” romper o contrato de operação das linhas 8 e 9 da CPTM com a ViaMobilidade. A gestão por parte da empresa completa um ano nesta sexta (27). "É claro, nítido, que, dia sim e dia não, há um problema de prestação desse serviço", criticou.

Questionado sobre a segurança pública no estado, Felicio Ramuth afirmou que a sensação de insegurança não surpreendeu a nova gestão. São Paulo registrou uma média de oito homicídios por dia em 2022 e, de acordo com o vice-governador, “o Estado andou para trás em relação à segurança pública". 

Ele também deu detalhes sobre a situação da Cracolândia e explicou as novas ações anunciadas ainda na semana passada. O político listou quatro eixos do plano. As diretrizes são: abordagem qualificada com 200 especialistas, oferecimento de opções de cuidado para o dependente, integração de sistemas e ações que já existem e cadastramento dos dependentes químicos no CadÚnico para programas sociais.

Ramuth reafirmou que, a partir de fevereiro, vai passar a funcionar no centro da capital um hub de cuidado para dependentes de álcool e drogas com entidades, serviços e profissionais para acolher os indivíduos. Ele citou que já foi procurado por prefeitos de alguns municípios se colocando à disposição para receber as ações e citou Ribeirão Preto e Campinas como exemplos.

O vice-governador enfatizou a necessidade de conexão entre os serviços ofertados com foco no atendimento aos dependentes químicos. "Tem muita gente fazendo coisa boa, mas é como se cada estivesse remando para um lado diferente. O que estamos fazendo é colocar todo mundo no mesmo barco para irmos na mesma direção", disse. 

No entanto, ele não quis dar um prazo para que os dependentes químicos deixem as concentrações no centro da cidade, destacando que o problema se arrasta há 30 anos. "Já vi gente dizendo que tinha acabado. Vamos trabalhar muito, fazer no tempo certo e com a pressa necessária. Precisamos devolver o centro para os comerciantes, para quem frequenta o centro e para o turismo", finalizou.