Após convocar embaixador, Venezuela pode declarar Celso Amorim 'persona non grata'

O presidente do Parlamento venezuelano, Jorge Rodríguez, afirmou que a moção contra o ex-chanceler será apresentada nas próximas horas

Amorim é é apontado como o grande responsável por vetar a adesão da Venezuela no Brics
Agência Brasil

A crise diplomática entre Brasil e Venezuela ganhou mais um novo capítulo nesta quarta-feira. Insatisfeito com o não reconhecimento do governo brasileiro da vitória de Nicolás Maduro nas eleições e com o veto à entrada dos venezuelanos no Brics, o presidente convocou o embaixador do país para consultas. Além disso, a Assembleia Nacional Venezuela pode declarar o assessor especial para Relações Exteriores, Celso Amorim, como 'persona non grata'.

O presidente do Parlamento venezuelano, Jorge Rodríguez, afirmou que a moção contra o ex-chanceler pode ser apresentada nas próximas horas. Amorim compôs a delegação brasileira na 16ª Cúpula do Brics, realizada na semana passada na Rússia, e é apontado por venezuelanos como o grande responsável por vetar a adesão do país como um parceiro do bloco.

"Ou ele (Amorim) nos respeita ou faremos com que nos respeite. Pediremos ao plenário da Assembleia Nacional que o declare persona non grata e não nos importamos com os compromissos ou conciliações que alcançou com os seus mestres do norte", disse Rodríguez.

Convocação de embaixador

Mais cedo, Maduro havia convocado o embaixador do país no Brasil para consultas, ato que é visto na diplomacia como um sinal de desagravo.  

Segundo o comunicado, o governo venezuelano convocou o Encarregado de Negócios da República Federativa do Brasil para manifestar o repúdio. Na visão da Venezuela, Celso Amorim seria um "mensageiro do imperialismo norte-americano" e que agridem as relações políticas e diplomáticas entre Venezuela e Brasil.  

"Denunciamos o comportamento irracional dos diplomatas brasileiros, que, contrariando a aprovação dos demais membros do Brics, assumiram uma política de bloqueio, semelhante à política de Medidas Coercitivas Unilaterais e punição coletiva de todo o povo venezuelano", completou a nota.  

O Itamaraty disse que não irá se manifestar publicamente sobre os fatos.

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