O governo da Venezuela revogou a custódia do Brasil da embaixada da Argentina em Caracas. A decisão foi tomada após o local ser cercado por forças de segurança de Nicolás Maduro na noite desta sexta-feira (6).
O Brasil cuidava das instalações argentinas no país desde agosto, quando os corpos diplomáticos de sete nações, incluindo Argentina e Peru, foram expulsos. Os países contestaram o resultado das eleições presidenciais da Venezuela, em 28 julho deste ano.
Membros da oposição venezuelana, incluindo assessores de María Corina Machado, estão abrigados na embaixada argentina, que segue cercada e sem eletricidade.
Na noite de sexta (6), Pedro Urruchurtu, membro da equipe da opositora, publicou nas redes sociais que “integrantes do Serviço de Inteligência Venezuelano (Sebin) e do Corpo Nacional Bolivariano de Polícia (DAET), além de homens encapuzados e armados, cercam a Embaixada da Argentina, sob custódia e proteção do governo brasileiro”.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil se pronunciou sobre o caso:
“O governo brasileiro recebeu com surpresa a comunicação do governo venezuelano de que tenciona revogar o seu consentimento para que o Brasil proteja os interesses da Argentina na Venezuela.
De acordo com o que estabelecem as Convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas e sobre Relações Consulares, o Brasil permanecerá com a custódia e a defesa dos interesses argentinos até que o governo argentino indique outro Estado aceitável para o governo venezuelano para exercer as referidas funções.
O governo brasileiro ressalta nesse contexto, nos termos das Convenções de Viena, a inviolabilidade das instalações da missão diplomática argentina, que atualmente abrigam seis asilados venezuelanos além de bens e arquivos.”
Sob supervisão de Pablo Fernandez*