A médica Rosana Richtmann, diretora do Comitê de Imunização da Sociedade Brasileira de Infectologia, afirma que o vírus da “varíola do macaco”, o monkeypox, é mais transmissível por contato próximo e, portanto, parece ser menos transmissível que o Sars-Cov-2, causador da Covid-19. A infectologista ainda destacou que não há estudos conclusivos que indiquem a transmissão sexual do vírus endêmico na África Ocidental e que começa a chegar na Europa e na América do Norte.
Em entrevista ao BandNews Em Alta Frequência, nesta segunda-feira (23), a especialista disse ser necessário cautela na definição da transmissão do vírus para evitar o estigma com populações já deixadas em segundo plano pela sociedade.
Com registro em 15 países, a “varíola do macaco” faz aparecer erupções na pele e o contato com as áreas infeccionadas facilitam a transmissão. Sintomas como dor de cabeça e febre também são comuns.
Os casos recentes são majoritariamente em homens que fazem sexo com outros homens, por isso, a suspeita de maior transmissão por via sexual. Na Espanha, as autoridades sanitárias interditaram uma sauna em Madri ligada ao aparecimento de alguns dos casos da doença.
São mais de 100 registros em diferentes países de pacientes que não necessariamente apresentam histórico de viagem para a África Ocidental, onde a doença é endêmica.
A médica entrevistada na BandNews FM afirmou que a interação de pessoas com macacos, por conta do desmatamento ou da aproximação das cidades das áreas de florestas, explica os casos e o descontrole de doenças virais recentes. Já que os vírus originários em animais podem infectar humanos e provocar mutações.
Sobre a possibilidade de vacina para o vírus. Rosana Richtmann disse acreditar que a comunidade cientifica esteja estudando o caso para chegar rapidamente a um imunizante.
A varíola é considerada uma doença erradica no Brasil, justamente pelas altas taxas de imunização no país. Mas a vacina atual não proteje contra a cepa agora em circulação.
O Ministério da Saúde ainda não diagnosticou casos da “varíola do macaco” no Brasil.