Último "indulto de Natal" de Jair Bolsonaro favorece PMs do caso do Carandiru

O decreto beneficia agentes públicos envolvidos na morte de 111 presos

Rádio BandNews FM

O presidente Jair Bolsonaro concedeu indulto natalino e beneficiou os policiais militares
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro concedeu indulto natalino nesta sexta-feira (23) e beneficiou, indiretamente, os policiais militares que participaram do massacre do Carandiru, que deixou 111 presos mortos em São Paulo em 1992.

Segundo o texto publicado, estarão perdoados agentes de segurança que foram acusados por crimes cometidos há 30 anos, mesmo que eles não tenham sido condenados em última instância.

O decreto representa um benefício e costuma ser concedido todos os anos próximo ao Natal. Se o preso receber a medida, ele tem a pena extinta e pode deixar a prisão.

Ainda segundo o texto, militares das Forças Armadas condenados em casos de “excesso culposo” durante atuação em operações de Garantia da Lei e da Ordem também podem ser beneficiados.

O crime do Carandiru completou 30 anos neste ano e integrantes do Ministério Público afirmam que os 69 policiais que atuaram no massacre do Carandiru estariam entre os "perdoados".

Apesar do decreto, o texto pode ser questionado por entidades e também pela Procuradoria-Geral da República.

Em 2017, a ministro Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, chegou a suspender trechos do texto assinado pelo então presidente da República Michel Temer. Na época, a PGR alegava que o chefe do Poder Executivo excedeu o poder dele ao reduzir o tempo de pena dos condenados sem violência ou grave ameaça.

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