Na antevéspera da guerra completar um ano na Ucrânia, crianças e jovens do país passaram a ter aulas em casa nesta quarta-feira (22). A medida tenta diminuir a insegurança dos menores caso a Rússia volte a atacar. Existe a expectativa de que o Kremlin lance uma forte ofensiva contra Kiev por conta do primeiro ano do conflito.
Há semanas, os sistemas de inteligência do Ocidente esperam um ataque russo contra a infraestrutura ucraniana. Na segunda-feira (20), Vladimir Putin voltou a fazer ameaças contra os vizinhos e disse que a disputa na Ucrânia não tinha prazo para terminar.
No dia 24 de fevereiro do ano passado, tropas russas invadiram a Ucrânia por Belarus. Ataques aéreos foram lançados contra várias cidades e a Europa entrou em alerta para os riscos de um conflito armado de grandes proporções desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
Embora o avanço russo nas áreas do oeste ucraniano, as tropas do país invadido conseguiram vitórias e impediram a tomada de mais territórios.
Moscou organizou um plebiscito, não reconhecido pela comunidade internacional, e “anexou” as regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson. Enquanto isso, aliados ocidentais armaram as forças ucranianas e destinaram bilhões de dólares em ajuda para o governo de Volodymyr Zelensky.
As conversas de paz, que chegaram a ocorrer na Belarus e na Turquia, não tiveram desfecho. Enquanto a Ucrânia não aceitava reconhecer a perda do território, a Rússia insistia em ser declarada “vencedora” e não aceitava negociar enquanto chamada de agressora.
O único entendimento foi para o escoamento do trigo e demais produtos agrícolas ucranianos. O país invadido tem no campo importante atividade econômica.
As cadeias de suprimentos foram prejudicadas com a guerra e o fornecimento do gás russo para a Europa ainda é tema de preocupação. Mas passado um ano, sem uma previsão de um cessar-fogo, a vida tenta seguir entre ucranianos e russos.
Na Rússia, marcas ocidentais fecharam os negócios, o espaço aéreo europeu e americano foi fechado para aviões russos e o país invasor vive um isolamento que relembra o período da Guerra Fria. A economia russa, no entanto, resistiu mais do que previam os especialistas.