As delegações da Ucrânia e da Rússia se encontram nesta segunda-feira (7) na Belarus para mais uma rodada de negociações em busca da paz. Na terceira reunião desde o início do conflito, em 24 de fevereiro, a prioridade é fechar um acordo de cessar-fogo para a criação de corredores de auxílio humanitário. Ao longo do fim de semana, por duas vezes, a retirada de civis de áreas de combate não foi bem sucedida por desrespeito ao período de trégua negociado na semana passada.
A nova cúpula ocorre em meio à desconfiança do lado ucraniano. No sábado (5), Denis Kireiev, um dos negociadores do lado Ucrânia, foi morto em Kiev, capital do país. Segundo o governo, a morte aconteceu durante uma missão especial. Mas um deputado ucraniano afirmou que o negociador foi descoberto como um traidor russo.
Não foram divulgados detalhes sobre o novo encontro desta segunda. Mas Vladimir Putin disse ao longo do fim de semana que o lado ucraniano não parecia disposto a negociar. O russo afirma que continuará a chamada “operação militar especial” até que a Ucrânia seja desmilitarizara e dê garantias de neutralidade com a Organização do Tratado do Atlântico Norte. Uma aproximação com o Ocidente e um suposto perigo para o território russo foram usados como justificativa para a invasão da Rússia.
Os ucranianos pedem um cessar-fogo imediato, além de exigirem a retirada das tropas inimigas do seu território.
A negociação ocorre na Belarus, nas proximidades da fronteira com a Polônia. O país de Aleksandr Lukashenko é aliado de Vladimir Putin, e foi utilizado ao norte como acesso das tropas russas na Ucrânia.
A primeira reunião de paz ocorreu no dia 28 de fevereiro, quatro dias após o início da invasão da Rússia, e após Lukashenko se comprometer com o presidente da Ucrânia de não permitir mais o uso do território de Belarus por tropas russas. Nada de concreto saiu dessa primeira reunião.
O segundo encontro em busca da paz, no dia 3 de março, terminou com a promessa da criança de corredores humanitários para a retirada de civis de áreas de conflito. A Rússia anunciou que no sábado (5), por cinco horas, moradores de Mariupol e Volnovakha poderiam deixar as cidades em um corredor humanitário garantido por um cessar-fogo temporário. Mas o lado ucraniano afirma que os russos não cumpriram o acordo e bombardearam a área enquanto os civis deixavam os abrigos. No domingo (6), uma nova tentativa foi abortada por conta de novos conflitos. Os russos afirmam que grupos de nacionalistas ucranianos atacaram tropas durante os períodos propostos de trégua.