O presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky, aceitou neste domingo (27) iniciar conversas em busca de paz na região. O encontro com a delegação russa está prevista para esta segunda-feira (28) nas proximidades do Rio Pripyat, na Belarus. Anteriormente, o governo ucraniano tinha reclamado da faltando neutralidade do país vizinho para sediar o encontro.
Zelensky anunciou a reunião em busca da paz em discurso transmitido na televisão estatal, embora tenha dito não ter grandes esperanças no encontro. O presidente ucraniano vinha resistindo a conversar com os russos por considerar que imposições do lado adversário eram inconcebíveis. A Rússia diz defender a desmilitarização da Ucrânia e uma garantia de que o vizinho nunca entre na OTAN, a Organização Militar do Atlântico Norte.
Na manhã deste domingo, em Moscou, Vladimir Putin disse lamentar que os ucranianos não tivessem aceito um encontro pra discutir a paz. A fala ocorria no momento em tropas russas afirmavam ter tomado o controle de Kharkiv, segunda maior cidade ucraniana, além da promessa de força quase total para conquistar Kiev, a capital.
Volodymir Zelensky defendia que o encontro de paz ocorresse em um país neutro no conflito. Neste domingo, o governo de Israel disse estar disposto a sediar uma cúpula de paz, mas a Belarus foi mantida com local da reunião.
O presidente ucraniano teria conversado com o ditador bielorrusso, Aleksandr Lukashenko, tendo recebido garantias do fim das hostilidades partindo de Belarus. O último ditador da Europa, como é conhecido Lukashenko, é aliado de primeira hora do governo de Moscou. Parte das tropas russas teria partido do país para invadir a Ucrânia. Kiev está muito próxima da fronteira com Belarus, assim como a área da usina de Chernobyl, já dominada pelos russos.
Não há informações sobre a participação da ONU ou de observadores internacionais no encontro que vai buscar a paz no Leste Europeu.
Desde quinta-feira (24), cidades ucranianas são bombardeadas pela Rússia, que iniciou uma operação militar com a justificativa de defender regiões separatistas em Donbass, no leste do país. Até este domingo, a Ucrânia reconhecia a morte de mais de 360 civis, sendo 14 crianças.