O Tribunal Superior Eleitoral rejeitou nesta quinta-feira (19), por unanimidade, a primeira ação de investigação apresentada por Jair Bolsonaro contra o presidente Lula e o vice Geraldo Alckmin. A campanha do ex-presidente da República alegou que a chapa adversária usou um serviço do Google que filtra as buscas dos eleitores.

Essa suposta manipulação permitiria que, ao buscar as informações sobre casos de corrupção envolvendo o petista, o eleitor teria, em primeiro plano, apenas matérias com viés positivo a Lula, produzidas pela própria campanha dele.

No momento da leitura do relatório, o ministro Benedito Gonçalves afirmou que não havia provas de um crime, e que, portanto, o pedido era improcedente. Além disso, avaliou que a estratégia utilizada pela campanha de Bolsonaro não pode questionar decisões do Supremo Tribunal Federal ou do Tribunal Superior Eleitoral.

O relator foi acompanhado pelos ministros Raul Araújo, Floriano de Azevedo Marques, André Ramos, Cármen Lúcia, além do presidente da Corte, Alexandre de Moraes.

Nunes Marques também acompanhou o relator, mas ponderou que há indícios de irregularidades apresentados no decorrer do processo, mas que não constavam na petição inicial. Apesar disso, o ministro afirmou que não há gravidade suficiente que pudessem gerar um "desequilíbrio na eleição".

O Ministério Público Eleitoral também apresentou um parecer pelo arquivamento dos processos.

Ao longo da semana, o Tribunal Superior Eleitoral rejeitou outras três ações contra a chapa formada por Bolsonaro e Walter Braga Netto por abuso de poder político. O julgamento analisou a realização de lives eleitorais transmitidas pelo então presidente da República do Palácio do Planalto e do Palácio da Alvorada.