Troca de ministros: Lira pressiona para que aliado ganhe cargo

Falta de articulação política pode derrubar ministras do turismo e da saúde

BandNews FM

O governo Lula pretende promover a troca no ministério do Turismo ainda esta semana. Pressionada, a atual ministra Daniela Carneiro, que se desfiliou do União Brasil, deve dar lugar ao deputado Celso Sabino, da mesma legenda.

O objetivo da mudança não é técnico, mas político: a ideia do governo é aumentar a representatividade do partido e formar uma base mais sólida no de olho na aprovação de propostas no Congresso. Atualmente, a bancada é a terceira maior do parlamento só que menos da metade dos parlamentares apoiam os projetos do Planalto.

O marido de Daniela, Waguinho Carneiro, prefeito de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, tenta fazer o presidente Lula (PT) mudar de ideia. O político afirma que a tentativa de garantir votos será frustrada, já que, segundo ele, a pasta não possui orçamento para atender aos pedidos dos congressistas, que buscam recursos para prefeitos aliados.

O casal foi um dos principais apoiadores da candidatura do petista no Rio de Janeiro, cruciais para permitir o diálogo do presidente com os eleitores evangélicos.

Celso Sabino (União Brasil-PA), deputado cotado para assumir a chefia no lugar de Daniela é um grande aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e do presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal do Brasil, David Alcolumbre (União Brasil-AP), o que pode pesar na decisão do petista pela troca. A questão é que Sabino tem um histórico que não agrada parte do PT: ele foi líder do Governo Bolsonaro.

O partido de Arthur Lira (PP-AL) também pressiona por um cargo na Esplanada dos Ministérios.

Nesse caso, quem pode ser atingida é a ministra da Saúde, Nísia Trindade, que seria substituída pelo deputado Doutor Luizinho, do Progressistas.

Durante entrevista para ao canal GloboNews nesta segunda-feira (12) Lira afirmou que o desenho escolhido por Lula para a Esplanada "não teve o rendimento esperado" e destacou que a Câmara não foi um obstáculo para o chefe do executivo, mas que alertou o Planalto sobre as dificuldades de apoio na Casa: "Demos a esse governo tranquilidade orçamentária e financeira para fazer um ano de acomodação política muito tranquila. Votamos o arcabouço e votamos a PEC da reestruturação dos ministérios, com muita dificuldade, diga-se de passagem".