O primeiro turno das eleições municipais de 2024 foi marcado pelo acúmulo de inúmeras propagandas eleitorais, os famosos “santinhos”, nas proximidades dos locais de votação. E, nesta quarta (09), três dias após a eleição, moradores da Grande São Paulo ainda encontravam lixo eleitoral não recolhido.
Regina Oliveira, moradora de Santo André, cidade que ainda não terminou de limpar todos os locais de votação, mora bem perto de um colégio que está com a calçada coberta de “santinhos” e conta que, no dia da eleição, presenciou várias pessoas jogando propaganda políticas no chão. “É um desrespeito o que esses candidatos fazem com o cidadão, e para piorar, sujam e depois quem sofre somos nós”, diz Regina.
O volume é tão grande que o Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André (Semasa), conseguiu limpar, até hoje, 89 das 120 escolas que serviram como locais de votação. O serviço só deve ser concluído amanhã e o volume de lixo recolhido já passa de 18 toneladas.
A Central de ouvintes Ricardo Boechat também recebeu reclamações de moradores de São Bernardo, Osasco e de bairros da capital paulista.
A Prefeitura de São Bernardo informou, por meio da Secretaria de Serviços Urbanos, que equipes extras foram escaladas para atuar em ruas e avenidas onde estão localizados os pontos de votação. Na cidade, oito toneladas de material de campanha já foram recolhidas.
Na capital, há em curso um mutirão de limpeza nas ruas, desde o término das eleições, para lidar com o problema dos santinhos: desde o dia 6, a prefeitura recolheu mais de 142 toneladas de lixo dos locais de votação.
Jogar “santinhos” nas ruas é crime eleitoral. De acordo com a Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições), a punição pode chegar a detenção de seis meses a um ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa.