O Rio de Janeiro começa a terça-feira (24) tentando se recuperar de um dia de caos que afetou principalmente a Zona Oeste da capital fluminense.
Bandidos ligados a milícias sitiaram bairros, queimaram 35 ônibus, quatro caminhões e um vagão de trem.
Sem opção, passageiros se valeram até de um caminhão-cegonha para tentar voltar para casa.
Mais de 1 milhão de pessoas ficaram submetidas às ações dos milicianos, classificadas pelo governador Cláudio Castro como “terrorismo”.
O chefe do Executivo estadual disse ainda que 12 pessoas foram presas e serão encaminhadas a presídios federais.
O caos no Rio de Janeiro foi instaurado a partir da morte do sobrinho do chefe da maior milícia da Zona Oeste da capital fluminense.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, prometeu aumentar “ainda mais” a presença do efetivo federal na cidade e no estado.
De acordo com Cláudio Castro, a morte de Matheus faz parte de uma operação para capturar os três maiores criminosos do estado: “Zinho, Tandera e Abelha: não descansaremos enquanto não prendermos eles”. Os dois primeiros homens mencionados são chefes das maiores milícias do Rio de Janeiro e Abelha, da maior facção do tráfico.
Mais cedo, o governador do Rio de Janeiro parabenizou a Polícia Civil pela operação. Em publicação nas redes sociais, o governador disse: “hoje demos um duro golpe na maior milícia da Zona Oeste [...]. O crime organizado que não ouse desafiar o poder do Estado".
Já o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, criticou as ações dos milicianos: “além de bandido é burro”, publicou em rede social. Na postagem, o prefeito comenta que milicianos queimaram ônibus pagos com dinheiro público e faz um apelo ao Ministério da Justiça para impedir que ações como essas se repitam.
Como consequência dos incêndios, a prefeitura do estado cancelou as aulas nas escolas da rede municipal e a Avenida Brasil, uma das principais vias expressas da cidade, chegou a ser completamente interditada.