Familiares e amigos das vítimas do incêndio na Boate Kiss, na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, prestam homenagens aos mortos em frente ao local nesta sexta-feira (27). Desde a última quarta (25), as famílias realizam atos na cidade em memória daqueles que morreram.
A tragédia, que completa 10 anos neste dia 27, deixou 242 mortos. 636 pessoas sobreviveram. Parte das vítimas é composta por aqueles que entraram no estabelecimento já em chamas para tentar salvar quem permanecia dentro da casa noturna.
As homenagens foram organizadas pela Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) e pelo coletivo “Kiss: que não se repita”. Os atos ganharam o mote "resgatar a memória é construir o futuro".
A programação começou com uma colagem de frases no caminho entre a Praça Saldanha Marinho e a Boate Kiss, na última quarta-feira (25). Entre as frases está o questionamento "onde você estava no dia 27 de janeiro de 2013?".
Na quinta (26), as famílias e amigos das vítimas se uniram em uma caminhada até o estabelecimento onde funcionava a casa noturna.
Nesta sexta, foi realizada uma soltura de balões. Duas apresentações também estão programadas para debater o motivo da impunidade e a importância da prevenção de novas tragédias. As ações se estendem pela noite com mais duas discussões sobre o incêndio.
No sábado (28), está marcada para as 20h uma missa em homenagem às vidas dos 242 jovens.
Pelo Twitter, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou uma mensagem se solidarizando com as famílias e amigos daqueles que morreram.
O caso permanece sem definição até hoje. O julgamento, no final de 2021, condenou quatro pessoas e prendeu Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, sócios da boate, Marcelo de Jesus, vocalista da banda, e Luciano Bonilha, auxiliar da banda.
No entanto, em agosto de 2022, um novo julgamento terminou com dois votos a um para reconhecer a anulação do júri. Enquanto o relator, desembargador Manuel José Martinez Lucas, não aceitou as teses das defesas, os desembargadores José Conrado Kurtz de Souza e Jayme Weingartner Neto reconheceram alguns dos argumentos. Com a anulação, os quatro réus foram soltos no mesmo dia.
Atualmente, o processo aguarda a conclusão de diligências para que a 2ª Vice-presidência do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul decida se admite os novos recursos movidos pela acusação e pelas defesas. Entre as manifestações está o pedido de prisão provisória dos réus.