A tragédia da Boate Kiss completa oito anos, hoje, sem data para o julgamento, que já poderia ter ocorrido.
A pandemia do coronavírus e entraves jurídicos frustraram a expectativa de centenas de famílias que perderam parentes e amigos no incêndio em Santa Maria.
Desde 2013, a funcionária pública Cristiane Clavé espera pelo júri dos responsáveis pela tragédia que matou 242 pessoas, mas, até agora, não há perspectiva de quando será realizado.
Uma das sobreviventes, ela está afastada do trabalho durante a pandemia por sequelas deixadas pelo incêndio.
Foram duas queimaduras no pulmão por inalar a fumaça que saía do palco onde se apresentava a banda Gurizada Fandangueira.
A dificuldade para respirar fez com que ela, apesar de ter só 34 anos, fosse incluída no grupo de risco.
O julgamento estava marcado para o dia 13 de março do ano passado, no auditório da Universidade Federal de Santa Maria.
Três dos quatro réus não aceitaram ser julgados na cidade em que ocorreu a tragédia, alegando que o ambiente poderia afetar a imparcialidade na decisão dos juízes.
São eles os sócios da boate Mauro Hoffmann e Elissandro Spohr e um dos integrantes da banda que se apresentava no local, Marcelo de Jesus.
A Justiça aceitou os pedidos e apenas o assistente de palco Luciano Bonilha Leão seria julgado na cidade onde ocorreu a tragédia.
A data chegou a ser adiada para o dia 16 de março de 2020.
Porém, faltando cinco dias para o julgamento, uma nova reviravolta suspendeu a audiência.
A Justiça aceitou o pedido do Ministério Público, junto à Associação dos Familiares de Vítimas da Tragédia de Santa Maria, para que o processo fosse realizado de uma só vez.
Para Flávio Silva, presidente da entidade, o objetivo é diminuir o sofrimento dos familiares e amigos de quem perdeu a vida no incêndio.
Com isso, apenas em setembro foi determinado que todos os réus serão julgados ao mesmo tempo, em Porto Alegre.
Até o momento não há data definida para o julgamento, mas pode ocorrer ainda em 2021.
Confira a matéria completa do repórter Guilherme Milman: