Um estudo divulgado nesta quarta-feira pela Organização Mundial Meteorológica, ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), aponta que as temperaturas globais devem crescer em velocidade recorde nos próximos cinco anos. A variação é reflexo da emissão de gases-estufa e das consequências do fenômeno El Niño.
O relatório indica que existe um risco de 66% de que a média anual de aquecimento supere 1,5ºC até 2027. A marca de 1,5º C é considerada a variação máxima segura anual até o fim do século nas mudanças climáticas. A ONU afirma que, acima desse máximo, o planeta irá arcar com as consequências da crise climática provocada pelo homem.
No ano passado, a alta na temperatura global ficou em 1,15ºC, o que já alertou as autoridades porque é próximo do limite. O Brasil e outros cerca de 100 países se comprometeram, com o Acordo de Paris, a reduzir emissões de metano em 30% até 2030 para barrar o aquecimento global. O gás é responsável por 30% do aquecimento global desde os tempos pré-industriais e o nosso país é o quinto maior emissor.
O documento divulgado pela Organização Mundial Meteorológica é baseado em cálculos de 11 centros de ciência do clima.
O ano mais quente desde que os registros começaram a ser feitos, em 1880, foi 2016, quando o índice subiu fortemente influenciado pelo fenômeno El Niño. Desde o início do século XXI, o recorde anual de temperatura global foi quebrado cinco vezes: em 2005, 2010, 2014, 2015 e 2016. O relatório divulgado nesta quarta-feira aponta que há um risco de 98% de quebrar o recorde anual de temperatura global de 2016 até 2027.