Telegram cumpre ordem do STF e apaga mensagem contra PL das Fake News

Serviços da plataforma poderiam ser suspensos em todo o território nacional em caso de descumprimento da medida

Rádio BandNews FM

Telegram enviou para todos os usuários um comunicado escrito pelo Supremo
Agência Brasil

Depois da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, o Telegram apagou, nesta quarta-feira (10), a mensagem contra o projeto de lei das Fake News que tinha enviado para todos os usuários do aplicativo.

Dessa maneira, a empresa cumpriu a decisão judicial que ameaçava suspender os serviços da plataforma em todo território nacional, por 72 horas, caso o aplicativo não retirasse a mensagem considerada desinformação.

O Telegram enviou para todos os usuários um comunicado escrito pelo Supremo: “Por determinação do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, a empresa Telegram comunica: A mensagem anterior do Telegram caracterizou FLAGRANTE e ILÍCITA DESINFORMAÇÃO atentatória ao Congresso Nacional, ao Poder Judiciário, ao Estado de Direito e à Democracia Brasileira, pois, fraudulentamente, distorceu a discussão e os debates sobre a regulação dos provedores de redes sociais e de serviços de mensageria privada (PL 2630), na tentativa de induzir e instigar os usuários à coagir os parlamentares”.

Na decisão, Alexandre de Moraes afirmou que a plataforma é reincidente em práticas que permitem a proliferação de mensagens fraudulentas e que a conduta dos provedores de redes sociais precisa investigada, já que elas são remuneradas por impulsionamentos e monetização, bem como existe o direcionamento dos assuntos pelos algoritmos.

Moraes também tinha determinado uma multa de R$ 500 mil reais por hora por descumprimento da medida e que a Polícia Federal deve ouvir os representantes da empresa no Brasil em 48 horas.

A decisão foi tomada logo após o Telegram enviar para todos os usuários da plataforma uma mensagem atacando o projeto de lei das Fake News, que está em tramitação no Congresso Nacional, que dizia: “O Brasil está prestes a aprovar uma lei que irá acabar com a liberdade de expressão. O PL 2630/2020 dá ao governo poderes de censura sem supervisão judicial prévia. Para os direitos humanos fundamentais, esse projeto de lei é uma das legislações mais perigosas já consideradas no Brasil”.

Na semana passada, o Google tinha divulgado um texto semelhante, também contrário ao projeto. Por isso, o governo determinou que a empresa marcasse o artigo como publicidade.

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