O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, pediu neste domingo (05) para que o presidente da Turquia, Recep Erdogan, retire o veto à candidatura da Suécia à aliança militar. De acordo com organização, Estocolmo cumpriu as exigências do governo turco para se juntar ao bloco. Entretanto, há a necessidade da aprovação de todos os integrantes da Otan para a entrada de um novo país.
A Turquia bloqueia há 13 meses a entrada da Suécia na Otan por considerar o país muito benevolente com os ativistas curdos. O presidente Erdogan classifica o grupo como "terrorista" e ressalta que não pode autorizar a entrada na aliança militar de um país que impõe sanções ao povo turco. Dentre os prejuízos citados, destaca-se a interrupção de fornecimento de armas em 2020 depois que a Turquia passou a financiar um grupo rebelde que tenta derrubar o governo em meio à guerra civil na Síria. Erdogan diz ainda que os suecos protegem integrantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
O cenário ideal para o país escandinavo era integrar a Otan ao mesmo tempo em que a Finlândia, que se tornou o 31° membro do bloco no dia 4 de abril. Para tentar ter a entrada aprovada, o governo de Estocolmo respondeu uma exigência feita pela Turquia e aprovou recentemente uma lei que aperta o cerco sobre grupos extremistas.
O desejo de pertencer à Otan se intensificou após a invasão da Rússia à Ucrânia. A Suécia, que antes se mantinha em posição de neutralidade, decidiu recorrer ao grupo devido à preocupação com a própria segurança nacional.
A Otan nasceu em 1949 e foi usada ao longo da Guerra Fria como um instrumento de proteção dos Estados Unidos contra a União Soviética. Os americanos agora incentivam a entrada da Suécia na aliança militar e trabalha para convencer a Turquia a autorizar a adesão do país.
A Rússia fez ameaças e já declarou que uma eventual admissão da Suécia provocará consequências, embora não tenha detalhado quais serão.