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STF volta à normalidade ainda tentando recuperar obras vandalizadas

Em um mês, o Plenário ficou pronto, mas o trabalho de restauro ainda continua

Augusto Valle

STF volta à normalidade ainda tentando recuperar obras vandalizadas
Foto: ASCOM / Supremo Tribunal Federal

Um mês após a invasão ao Plenário do Supremo Tribunal Federal, os ministros voltaram a se reunir no espaço que foi reformado após a destruição.  

Criminosos entraram no prédio, quebraram cadeiras e danificaram dezenas de obras de arte.

Um gabinete extraordinário foi montado pela presidente da Corte, Rosa Weber.  

O trabalho se concentrou nos objetos localizados na área principal do STF, com destaque para o Salão Nobre, onde ministros recebem chefes de estado.  

Um grupo da Universidade Federal de Minas Gerais, que atua na conservação de bens culturais, tem auxiliado na curadoria dos objetos.  

Em entrevista à Rádio BandNews FM, o vice-diretor do Centro de Restauração, Luiz Antonio Cruz Souza, explicou que as autoridades ainda realizam um balanço dos prejuízos.    

Na visão dele, mais do que recuperar as obras, o importante é mostrar que as autoridades souberam dar uma resposta.

"O que está sendo restaurado não é só a materialidade das obras, está sendo restaurado a firmeza e a coesão das instituições democráticas brasileiras", reforça o vice-diretor do Cecor.  

O reinício dos trabalhos pelo STF na área reformada também carrega um simbolismo, como avalia o professor de direito Constitucional da Universidade Federal Fluminense Gustavo Sampaio.  

Ele destaca que, deixar o Plenário pronto, é demonstrar que a democracia não foi abalada.    

"A Suprema Corte é a mais corte judiciária da República e, é claro, que ela precisa dar a demonstração simbólica e concreta que tudo corre bem e que ela não está abalada".

Quem concorda com ele é o mestrando em Direito Constitucional Davi Sobreira.

Para ele, os ataques de oito de janeiro uniram o Supremo Tribunal Federal.  

Agora, segundo o especialista, os 11 magistrados são um verdadeiro colegiado:    

"Para bem ou para mal, o Supremo se tornou um colegiado mais íntegro. Ele tem deixado de ser um lugar onde cada ministro é uma ilha isolada"

Neste primeiro momento, o Centro de Preservação do STF já entregou pelo menos 30 obras que foram alvo de vandalismo.

Mas o órgão ressalta que outras peças não terão como ser restauradas.