STF vai analisar pedido de investigação contra Ministro da Educação

rocuradoria-Geral da República pediu a abertura de uma ação contra Milton Ribeiro após denúncias de favorecimento na destinação de recursos do FNDE para prefeitos indicados por pastores

Rádio BandNews FM

STF vai analisar pedido de investigação contra Ministro da Educação Foto: Fabio Rodrigues Pozzobom/Agência Brasil
STF vai analisar pedido de investigação contra Ministro da Educação
Foto: Fabio Rodrigues Pozzobom/Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal deve se manifestar nos próximos dias sobre o pedido da Procuradoria-Geral da República para investigar o ministro da Educação Milton Ribeiro. O pedido do gabinete de Augusto Aras foi encaminhado nesta quarta-feira (23) ao tribunal. A petição deve ficar com a ministra Cármen Lúcia, que já é relatora de outras ação contra Ribeiro.

O pedido de investigação ocorre após pressão do Congresso e da oposição para uma profunda apuração contra o ministro. Na segunda-feira (21), o jornal Folha de S.Paulo divulgou áudios em que Milton Ribeiro reconhece o favorecimento de prefeitos indicados por prefeitos na destinação de verba pública.

O ministro, secretários do Ministério da Educação, prefeitos e os pastores devem ser ouvidos, caso o pedido da PGR seja aceito.

A fala do ministro divulgada dá a entender que existe um gabinete paralelo para o atendimento de demandas no MEC. No áudio, Milton Ribeiro diz que após as cidades que mais precisam, a ordem é atender aos indicados pelo pastor Gilmar Santos. O pedido de atenção especial aos prefeitos ligados ao religiosos teria partido do presidente Jair Bolsonaro, conforme o áudio divulgado.

O pastor Gilmar integraria um gabinete paralelo junto com Arilton Moura. Ambos fariam contato com prefeitos interessados em recursos do FNDE, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, para a construção de creches, escolas, ginásios de esporte e equipamentos educacionais. Os prefeitos contatos teriam acesso facilitado ao MEC, desde que aceitassem o pagamento de vantagens indevidas.

Ribeiro divulgou nota negando qualquer irregularidade, mas não negou a autenticidade dos áudios e os encontros com os pastores. Em entrevistas nesta quarta-feira (23), o ministro blindou o presidente Jair Bolsonaro, disse que o presidente apenas recomendou que todos fossem atendidos pela equipe ministerial e afirmou que denunciou os pastores à Controladoria-Geral da União. A CGU não nega que recebeu denúncias, mas diz que nada de irregular foi encontrado. O órgão ainda disse ter aberto uma nova investigação para apurar irregularidades divulgados pela imprensa nos últimos dias.