O Supremo Tribunal Federal deve se manifestar nos próximos dias sobre o pedido da Procuradoria-Geral da República para investigar o ministro da Educação Milton Ribeiro. O pedido do gabinete de Augusto Aras foi encaminhado nesta quarta-feira (23) ao tribunal. A petição deve ficar com a ministra Cármen Lúcia, que já é relatora de outras ação contra Ribeiro.
O pedido de investigação ocorre após pressão do Congresso e da oposição para uma profunda apuração contra o ministro. Na segunda-feira (21), o jornal Folha de S.Paulo divulgou áudios em que Milton Ribeiro reconhece o favorecimento de prefeitos indicados por prefeitos na destinação de verba pública.
O ministro, secretários do Ministério da Educação, prefeitos e os pastores devem ser ouvidos, caso o pedido da PGR seja aceito.
A fala do ministro divulgada dá a entender que existe um gabinete paralelo para o atendimento de demandas no MEC. No áudio, Milton Ribeiro diz que após as cidades que mais precisam, a ordem é atender aos indicados pelo pastor Gilmar Santos. O pedido de atenção especial aos prefeitos ligados ao religiosos teria partido do presidente Jair Bolsonaro, conforme o áudio divulgado.
O pastor Gilmar integraria um gabinete paralelo junto com Arilton Moura. Ambos fariam contato com prefeitos interessados em recursos do FNDE, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, para a construção de creches, escolas, ginásios de esporte e equipamentos educacionais. Os prefeitos contatos teriam acesso facilitado ao MEC, desde que aceitassem o pagamento de vantagens indevidas.
Ribeiro divulgou nota negando qualquer irregularidade, mas não negou a autenticidade dos áudios e os encontros com os pastores. Em entrevistas nesta quarta-feira (23), o ministro blindou o presidente Jair Bolsonaro, disse que o presidente apenas recomendou que todos fossem atendidos pela equipe ministerial e afirmou que denunciou os pastores à Controladoria-Geral da União. A CGU não nega que recebeu denúncias, mas diz que nada de irregular foi encontrado. O órgão ainda disse ter aberto uma nova investigação para apurar irregularidades divulgados pela imprensa nos últimos dias.