O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes suspendeu a operação que investiga possíveis crimes na compra de kits de robóticas para escolas de 43 municípios de Alagoas. Aliados de Arthur Lira (PP-AL) estão na mira da Polícia Federal. A decisão de Gilmar foi divulgada nesta quinta-feira (06) e a suspensão vale até que o STF julgue um pedido da defesa do presidente da Câmara, que questiona a instância em que o processo deve tramitar.
Lira pediu a anulação da investigação, já que os inquéritos da Polícia Federal citam o político, que tem foro privilegiado e só poderia ser julgado pelo STF. O caso, porém, foi aberto na primeira instância da Justiça Federal de Alagoas, que solicitou o envio dos dados para o Supremo após indícios de envolvimento de autoridades.
A defesa de Lira alega que desde o início da operação era investigado o possível envolvimento de pessoas com foro privilegiado, o que seria uma usurpação da competência da Corte.
O nome do presidente da Câmara não foi citado no início do processo, mas sim depois que agentes encontraram um comprovante de pagamentos com o nome "Arthur". Outro documento encontrado pela PF tinha o nome de Lira e fazia referência a despesas pessoais do deputado.
Em nota, a equipe de Lira negou qualquer irregularidade: "toda movimentação financeira e pagamentos de despesas do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, seja realizada por ele e, às vezes, por sua assessoria, tem origem nos seus ganhos como agropecuarista e da remuneração como deputado federal"
A Operação Hefesto teve início em 2022 e denunciou o superfaturamento de kits de robóticas. De acordo com a Polícia Federal, a empresa Megalic vendeu cada equipamento por R$ 14 mil para as escolas públicas e adquiriu o produto por R$ 2,7 mil. A investigação aponta desvio de mais de R$ 8 milhões entre 2019 e 2022.