STF forma maioria para manter prisão dos suspeitos de mandar matar Marielle

Morte de Marielle teria sido planejada por Rivaldo Barbosa, acusado de obstruir investigações para manter a impunidade

Rádio BandNews FM

Crime aconteceu em 2018, completando seis anos
Reprodução/Bernardo Guerreiro

A primeira turma do Supremo Tribunal Federal forma maioria para manter a prisão dos suspeitos de arquitetar e mandar assassinar a vereadora Marielle Franco.

O crime aconteceu em 2018, completou seis anos no último dia 14 e terminou com a morte também do motorista Anderson Gomes.

Até agora, no plenário virtual do STF, votaram os ministros Alexandre de Moraes - relator do caso -, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin; faltam os votos de Luiz Fux e Flávio Dino.

Neste domingo (24), a Polícia Federal prendeu o deputado Chiquinho Brazão; o irmão dele, Domingos Brazão – conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro – e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil no Estado.

Os três foram transferidos para Brasília e, levados para a Penitenciária Federal do Distrito Federal.

De acordo com as investigações da PF, Chiquinho Brazão e Domingos Brazão teriam idealizado o crime – motivado pelo fato de Marielle Franco estar atrapalhando ações de grilagem e regiões dominadas pela milícia na Zona Oeste.

Enquanto a vereadora lutava pela construção de moradias sociais, os irmãos queriam destinar as áreas para fins comerciais.

Marielle, inclusive, votou contra um projeto do então vereador Chiquinho Brazão que facilitava a influência da família dele nessas regiões.

A execução – de acordo com a PF - teria sido planejada por Rivaldo Barbosa, acusado ainda de obstruir as investigações para manter a impunidade dos mandantes.

Ele assumiu a chefia da Polícia Civil do Rio de Janeiro um dia antes do atentado.

Além das três prisões, o ministro Alexandre de Moraes expediu outros 12 mandados de busca e apreensão e determinou medidas cautelares contra quatro suspeitos, que terão de usar tornozeleira eletrônica.

Entre eles, Érika Andrade de Almeida Júnior, mulher de Rivaldo Babosa e acusada de lavar o dinheiro recebido da milícia e de atividades ilícitas.

Giniton Lages, delegado da Divisão de Homicídios, que teria desviado deliberadamente o curso das investigações.

O comissário Marco Antonio de Barros Pinto, responsável por afastar as suspeitas contra os irmãos Brazão e ainda Robson Calixto Fonseca, o Peixe, assessor de Domingos Brazão.

A operação foi deflagrada dias depois de o ministro do STF Alexandre de Moraes homologar a delação do ex-PM Ronnie Lessa.

Nela, ele contou detalhes do planejamento e da execução do crime e apontou todos os envolvidos.

Incluindo um miliciano que teria se infiltrado no PSol para acompanhar os passos da vereadora Marielle Franco.

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