STF forma maioria para autorizar uso de símbolos religiosos em órgãos públicos

Relator Cristiano Zanin diz que presença de símbolos não contraria Constituição

Rádio BandNews FM

Ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF)
Nelson Jr./SCO/STF

O Supremo Tribunal Federal formou maioria, nesta segunda-feira (25), para a manutenção do uso de símbolos religiosos em prédios do poder público. Segundo o relator do projeto, ministro Cristiano Zanin, a presença desses objetos ocorre por uma tradição cultural da sociedade, não violando assim o princípio da laicidade do Estado.

Os magistrados analisam o texto de forma virtual desde o dia 15, e, apesar de a maioria já ter sido formada, os ministros podem mudar as posições até o dia 26.

O texto traz direitos previstos na Constituição, como a liberdade religiosa e o estado laico, que garante a neutralidade do poder público diante das diferentes religiões presentes no Brasil.

Para defender a tese, Zanin disse que, desde que os símbolos sejam exibidos por tradições culturais, não há nenhum tipo de dano à Constituição.

“A presença de símbolos religiosos em prédios públicos, pertencentes a qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, desde que tenha o objetivo de manifestar a tradição cultural da sociedade brasileira, não viola os princípios da não discriminação, da laicidade estatal e da impessoalidade“, esclareceu o ministro.

Acompanharam a posição do relator os ministros Flávio Dino, André Mendonça, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Edson Fachin também acompanhou Zanin, porém, com ressalvas.

Em seu posicionamento, Fachin pontuou "o reconhecimento de culturas diversas e formas diferentes do modo de ser e de estar", o ministro concluiu sua ressalva concordando com os pontos levantados pelo relator.

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