A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, envia à Procuradoria-geral da República um pedido para que sejam investigados o presidente Jair Bolsonaro e o ex-diretor de logística Roberto Dias, do Ministério da Saúde.
A notícia-crime foi enviada à corte pela deputada federal Natália Bonavides (PT-RN), no contexto da denúncia publicada pelo jornal Folha de S. Paulo na última terça-feira (29).
O policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira afirmou ter representado a Davati Medical Supply e atuado como intermediário para ofertar doses da AstraZeneca ao Ministério da Saúde.
Durante uma reunião no Brasília Shopping, Roberto Dias teria pedido, como propina, US$ 1 para cada uma das 400 milhões de doses de vacina negociadas.
Nesta quinta-feira (1), o policial prestou depoimento à CPI da Pandemia. A suspeita dos senadores, no entanto, é que ele tenha sido plantado para descredibilizar as acusações dos irmãos Miranda, durante a negociação das vacinas Covaxin contra a Covid-19.
Aos parlamentares, o depoente revelou um áudio em que o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) supostamente tentaria comprar os imunizantes com a Davati. Nesse caso, contudo, a palavra "vacina" não é citada.
De acordo com o parlamentar, o áudio seria de 2020, quando tentou adquirir luvas para um cliente nos Estados Unidos. Ainda durante o dia, Miranda foi a um cartório de Brasília para criar uma ata notarial das conversas. Já Dominguetti teve o celular apreendido pelos senadores.
Por suposto falso testemunho à CPI, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-ES) pediu a prisão em flagrante do policial. Em resposta, entretanto, o senador Omar Aziz - também presidente da comissão - recusou o pedido.