
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve, nesta terça-feira (25), a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, no âmbito da apuração sobre a suposta tentativa de golpe de estado de 2022.
O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, justificou que a medida foi tomada considerando que Cid fez sua colaboração de forma voluntária, como evidenciado em várias ocasiões.
Na delação, o ex-ajudante revela que Bolsonaro teria participado do planejamento do golpe. Contudo, a legalidade do depoimento é questionada pela defesa do ex-presidente e dos demais investigados. Para os advogados, Cid foi pressionado pela Polícia Federal.
A defesa também questiona o papel de Moraes, que, segundo eles, teria atuado de forma parcial ao conduzir as negociações do acordo de delação.
O relator se defendeu ao alegar que foram criadas narrativas inverídicas a respeito de sua pessoa.
“Aproveito aqui para desfazer uma narrativa totalmente inverídica. De que o Supremo estaria condenando ‘velhinhas com a bíblia na mão’ que estariam passeando pelos Poderes. Nada é mais mentiroso que isso” disse o ministro.
Além de Bolsonaro, outros sete acusados também serão analisados pela pasta, para decidir se serão formalmente tornados réus, com base nas evidências apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O julgamento vai continuar nesta quarta-feira (26). Os acusados são:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Walter Braga Netto, general de Exército;
- Augusto Heleno, general de Exército;
- Alexandre Ramagem, ex-diretor Abin;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército;
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.