STF decide manter delação de Mauro Cid em julgamento que pode tornar Bolsonaro réu

Segunda sessão está marcada para esta quarta-feira (26)

Da Redação

STF decide manter delação de Mauro Cid em julgamento que pode tornar Bolsonaro réu
Alexandre de Moraes, durante julgamento de denúncia contra Bolsonaro no STF
Gustavo Moreno/STF

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve, nesta terça-feira (25), a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, no âmbito da apuração sobre a suposta tentativa de golpe de estado de 2022.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, justificou que a medida foi tomada considerando que Cid fez sua colaboração de forma voluntária, como evidenciado em várias ocasiões.

Na delação, o ex-ajudante revela que Bolsonaro teria participado do planejamento do golpe. Contudo, a legalidade do depoimento é questionada pela defesa do ex-presidente e dos demais investigados. Para os advogados, Cid foi pressionado pela Polícia Federal.

A defesa também questiona o papel de Moraes, que, segundo eles, teria atuado de forma parcial ao conduzir as negociações do acordo de delação.

O relator se defendeu ao alegar que foram criadas narrativas inverídicas a respeito de sua pessoa.

“Aproveito aqui para desfazer uma narrativa totalmente inverídica. De que o Supremo estaria condenando ‘velhinhas com a bíblia na mão’ que estariam passeando pelos Poderes. Nada é mais mentiroso que isso” disse o ministro.

Além de Bolsonaro, outros sete acusados também serão analisados pela pasta, para decidir se serão formalmente tornados réus, com base nas evidências apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O julgamento vai continuar nesta quarta-feira (26). Os acusados são:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Walter Braga Netto, general de Exército;
  • Augusto Heleno, general de Exército;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor Abin;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Tópicos relacionados