O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, considera precipitada a decisão da prefeitura de Lençóis Paulista, no interior do Estado, de suspender de forma temporária a vacinação infantil por sete dias.
Nesta quarta-feira (19), a administração municipal afirmou que uma criança de 10 anos de idade teria sofrido uma parada cardíaca 12 horas após receber a dose pediátrica da vacina Pfizer.
A menina foi levada a um hospital particular, reanimada, apresenta quadro de saúde estável e está em observação em um hospital de Botucatu, para onde foi transferida.
De acordo com o secretário paulista, os centros de vigilância epidemiológica dos dois municípios acompanham o caso e buscam detalhes:
"Tem que entender se existe apenas um quadro de relação temporal com a vacina e não causal, uma vez que, não obrigatoriamente, a vacina tenha sido a causadora desse evento", alerta o secretário, que não acredita em uma reação da vacina, mas ligação com problemas pré-existentes.
O infectologista Marcos Boulos destaca que é preciso ter cautela nesses casos, antes de qualquer conclusão. O especialista diz ainda que todas as vacinas aplicadas são seguras e passaram por testes rigorosos.
Segundo ele, o risco de uma pessoa com comorbidade evoluir para um quadro grave de infecção pelo vírus é muito maior do que por causa da vacina:
"As pessoas que tem alguma comorbidade, doenças respiratórias, como um quadro de bronquite, asma, elas podem ter reações piores à vacina, mas certamente muito piores ao vírus".