Moradores de Perdizes, na zona oeste de São Paulo, reclamam de barulho em obra de estação da Linha 6-Laranja do Metrô em São Paulo.
Nos últimos meses, pegar no sono tem sido difícil para engenheira ambiental Patrícia Matos.
Para mostrar o cenário, ela fez a medição dos ruídos através de um aplicativo no celular.
“Tem um gerador na porta da nossa casa e não tem hora para parar”, desabafa.
Mesmo com as janelas fechadas, o resultado entre 80 e 90 decibéis, às onze horas da noite, equivale a um show de rock ou uma furadeira.
Localizada na Rua Apinajés, a obra da futura estação Perdizes da Linha 6-Laranja do Metrô, tem avançado durante a madrugada.
“Faz um mês que colocaram o aviso no elevador e fica 24 horas de trabalhos, mas ninguém consegue dormir com tanto barulho”, reclama Patrícia.
A Linha 6-Laranja do Metrô deve ser concluída em 2025 e ligará a Brasilândia, na zona norte, à estação São Joaquim, no centro.
O trajeto ainda vai se conectar com outras duas linhas do metrô e também duas da CPTM.
Quando entrar em operação, segundo o governo estadual, a linha atenderá 630 mil pessoas por dia, além de realizar em 23 minutos um trajeto que, de ônibus, dura cerca de uma hora e meia.
O engenheiro Guilherme Belotti, que mora no mesmo condomínio da Patrícia, afirma que os vizinhos estão em busca de alternativas para conter o barulho, muitos inclusive já se mudaram do prédio.
“Tem uma máquina que cava buraco até no fim de semana. É um barulho absurdo”, conta.
A Construtora Acciona, responsável pelas obras da Linha 6-Laranja do Metrô, informa que cumpre a regulamentação referente aos níveis de emissão sonora em obras civis.
A empresa afirma ainda que comunica antecipadamente a possível ocorrência de ruídos no entorno dos canteiros, e adota medidas para atenuar o sinal sonoro dos caminhões e guindastes e implantação de barreira acústica.
A Prefeitura de São Paulo, por sua vez, disse que “o Programa de Silêncio Urbano, o PSIU, não fiscaliza ruídos em obras e residências, apenas estabelecimentos comerciais.
Atualmente, a cidade está em fase de adequação à lei que fiscaliza ruídos em obras.
O decreto, promulgado em setembro deste ano, estipula que as ações de fiscalização e autuação serão iniciadas após 90 dias, a contar da data de publicação.
Os moradores podem fazer reclamações sobre o barulho à polícia.