Acompanhe a reportagem de Elaine Freires.
Pessoas em situação de rua que frequentam o Centro Temporário de Acolhimento do Butantã, na Zona Oeste de São Paulo, têm sofrido com uma infestação de piolhos. Também conhecidos como “muquiranas”, os micro insetos vivem, principalmente, nos colchões dos internos.
Eles estão espalhados pelas paredes e são vistos circulando até mesmo em ambientes que deveriam ser mais limpos, como a cozinha.
Um morador do espaço, que fez a denúncia para a “Central de Ouvintes”, conta que os bichinhos estão por todos os cômodos.
Um comunicado fixado em uma das paredes do CTA Butantã mostra que a última dedetização do local foi realizada em novembro de 2021 e o vencimento do serviço expirou há quase dois anos, portanto em maio de 2022. Mais uma reclamação de quem mora no local é a de que o bebedouro está quebrado há dois meses.
Desde então, as pessoas consomem a água da torneira do tanque de lavar roupa ou estocadas em galões em cima da pia. Os copos para beber água também são compartilhados entre os internos, porque não há descartáveis no local.
O espaço tem capacidade para 180 acolhimentos. Sendo que ao menos 100 vagas são para homens.
A quantidade de banheiros é insuficiente para a demanda e ainda apresenta problemas. Atualmente, apenas dois chuveiros estão em funcionamento dos quatro que existem no local, como explica esse morador.
O CTA Butantã é gerido pela Associação Beneficente Caminho de Luz (ABECAL), que recebe mensalmente da Prefeitura da capital paulista cerca de R$ 250 mil. A organização disse que tem um compromisso com o meio ambiente e, por isso, não adota o uso de copos descartáveis.
A entidade negou que os chuveiros e bebedouros estejam quebrados.
Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social disse que realiza vistorias mensais no Centro Temporário de Acolhimento "Butantã" e que a última foi realizada na terça-feira (16).
A gestão municipal disse que busca um imóvel no Butantã para que o CTA possa ser transferido de endereço, já que o serviço sofre com faltas periódicas de abastecimento de água na região.
Sempre que falta água no território, o serviço disponibiliza galões e contrata caminhão-pipa para abastecer o equipamento.
Em relação à dedetização, o aviso na parede estava desatualizado e já foi solicitado que postem as ações recentes.
A Administração Municipal informou que a última dedetização foi realizada no dia 07 de março. A próxima está agendada para setembro deste ano.