O aumento dos casos de gripes preocupa os médicos no Estado de São Paulo. A alta demanda por atendimento tem subido nas últimas semanas nas redes pública e particular.
Na segunda-feira, a gerente comercial, Sônia Rodrigues Gomes, buscou o pronto socorro de um hospital no Morumbi, mas desistiu por causa do tempo de espera para ser examinada.
“A espera de atendimento para as crianças era de uma hora e meia e para os adultos, duas horas e meia. Todo mundo estava tossindo. Eu acho que essa onda do Rio de Janeiro chegou à São Paulo”, diz a gerente.
Atualmente, o Brasil passa por um surto de gripe nos estados do Rio de Janeiro e do Amazonas.
O sindicato dos hospitais privados de São Paulo, que representa 55 mil serviços privados de saúde, confirma um fluxo maior de pacientes com sintomas gripais nos prontos socorros.
No entanto, a entidade afirma que ainda é cedo para apontar que há uma tendência de alta da doença e é preciso observar mais dados.
Na rede pública, o técnico de enfermagem Leonald Eufrasio descreve que a situação já é preocupante.
“As UPAs e AMAs do Capão Redondo e Campo Limpo, na zona sul, estão extremamente lotadas de pessoas com quadro gripal. Tem pessoas aguardando cinco ou seis horas por atendimento” relata o técnico de enfermagem.
Na segunda maior comunidade de São Paulo, Paraisópolis, os casos de pessoas com sintomas de gripe disparam.
A procura por atendimento nos postos de saúde também cresceu.
À BandNews FM, o líder comunitário e presidente do G10 Favelas, Gilson Rodrigues, descreveu o cenário por lá:
“Nós estamos com uma média de 600 pessoas sendo atendidas em uma fila enorme, de uma hora e meia até duas horas. Isso se intensificou durante o último fim de semana e tem aumentado a cada dia”, conta o líder comunitário.
Prefeitura de São Paulo informa que registrou seis casos de gripe em 2021 na região da Vila Andrade, onde fica Paraisópolis, que levaram à hospitalização, sendo, três em novembro, um em setembro, um em julho e um em fevereiro.
A Secretaria Municipal de Saúde diz que, neste ano, foram notificados 119 mil e 400 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, sendo 192 pelo vírus Influenza.
Segundo a Pasta, em 2020, a incidência estava mais alta com 120.850 casos notificados, destes 242 eram influenza.
Procurada, a Secretaria Estadual de Saúde afirma que promoveu neste ano a campanha de vacinação contra a gripe pelo vírus Influenza a partir de abril e foram imunizadas 13,1 milhões de pessoas.
Segundo a nota enviada à BandNews FM, até outubro deste ano, foram registradas 53 mortes atribuídas ao vírus Influenza, contra 84 óbitos em 2020 e 288 no ano retrasado.