SP: Aumento nos casos de gripe preocupa médicos e sobe o fluxo nos hospitais

O sindicato dos hospitais privados de São Paulo, que representa 55 mil serviços privados de saúde, confirma um fluxo maior de pacientes com sintomas gripais nos prontos socorros.

Central de Ouvintes Ricardo Boechat

Brasil passa por um surto de gripe nos estados do Rio de Janeiro e do Amazonas. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Brasil passa por um surto de gripe nos estados do Rio de Janeiro e do Amazonas.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O aumento dos casos de gripes preocupa os médicos no Estado de São Paulo. A alta demanda por atendimento tem subido nas últimas semanas nas redes pública e particular.

Na segunda-feira, a gerente comercial, Sônia Rodrigues Gomes, buscou o pronto socorro de um hospital no Morumbi, mas desistiu por causa do tempo de espera para ser examinada.

“A espera de atendimento para as crianças era de uma hora e meia e para os adultos, duas horas e meia. Todo mundo estava tossindo. Eu acho que essa onda do Rio de Janeiro chegou à São Paulo”, diz a gerente.

Atualmente, o Brasil passa por um surto de gripe nos estados do Rio de Janeiro e do Amazonas.

O sindicato dos hospitais privados de São Paulo, que representa 55 mil serviços privados de saúde, confirma um fluxo maior de pacientes com sintomas gripais nos prontos socorros.

No entanto, a entidade afirma que ainda é cedo para apontar que há uma tendência de alta da doença e é preciso observar mais dados.

Na rede pública, o técnico de enfermagem Leonald Eufrasio descreve que a situação já é preocupante.

“As UPAs e AMAs do Capão Redondo e Campo Limpo, na zona sul, estão extremamente lotadas de pessoas com quadro gripal. Tem pessoas aguardando cinco ou seis horas por atendimento” relata o técnico de enfermagem.  

Na segunda maior comunidade de São Paulo, Paraisópolis, os casos de pessoas com sintomas de gripe disparam.

A procura por atendimento nos postos de saúde também cresceu.

À BandNews FM, o líder comunitário e presidente do G10 Favelas, Gilson Rodrigues, descreveu o cenário por lá:

“Nós estamos com uma média de 600 pessoas sendo atendidas em uma fila enorme, de uma hora e meia até duas horas. Isso se intensificou durante o último fim de semana e tem aumentado a cada dia”, conta o líder comunitário.  

Prefeitura de São Paulo informa que registrou seis casos de gripe em 2021 na região da Vila Andrade, onde fica Paraisópolis, que levaram à hospitalização, sendo, três em novembro, um em setembro, um em julho e um em fevereiro.

A Secretaria Municipal de Saúde diz que, neste ano, foram notificados 119 mil e 400 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, sendo 192 pelo vírus Influenza.

Segundo a Pasta, em 2020, a incidência estava mais alta com 120.850 casos notificados, destes 242 eram influenza.

Procurada, a Secretaria Estadual de Saúde afirma que promoveu neste ano a campanha de vacinação contra a gripe pelo vírus Influenza a partir de abril e foram imunizadas 13,1 milhões de pessoas.  

Segundo a nota enviada à BandNews FM, até outubro deste ano, foram registradas 53 mortes atribuídas ao vírus Influenza, contra 84 óbitos em 2020 e 288 no ano retrasado.