O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, pediu perdão nesta segunda-feira (2) à população israelense e às famílias dos seis reféns mortos em um túnel na Faixa de Gaza, após serem sequestrados durante o festival de música Nova, no dia 7 de outubro de 2023. "Peço perdão por não os ter trazido vivos. Estivemos perto, mas não conseguimos", declarou.
Os corpos foram encontrados em Gaza no último domingo (1). Em seu primeiro pronunciamento desde a recuperação dos restos mortais das vítimas, Netanyahu também declarou que grupo terrorista Hamas "pagará um preço muito alto" pelas mortes.
De acordo com o Ministério da Saúde israelense, a autópsia dos corpos revelou que os quatro homens e duas mulheres morreram após terem sido baleados na nuca, de uma curta distância, entre 48 e 72 horas antes de serem encontrados.
Netanyahu enfrenta o aumento da pressão popular para que o governo alcance um acordo pela libertação dos reféns mantidos em cativeiro pelo Hamas em Gaza. Porém, após o pedido de perdão, o ministro ressaltou que as tropas de Israel na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito, vão permanecer no local. "Quem assassina reféns não quer acordo", afirmou.
Para Abu Obaida, porta-voz das Brigadas Al-Qassam, braço armado do Hamas, Netanyahu não deve insistir em libertar os prisioneiros por meio de pressão militar. “[A atitude] significará o retorno deles às suas famílias em caixões, e suas famílias terão de escolher entre mortos ou vivos", disse.
Cerca de 700 mil manifestantes foram às ruas de Tel Aviv e outras cidades israelenses em protesto contra a atitude do governo diante das negociações por um cessar-fogo e uma trégua com troca de reféns, que ocorre desde agosto.