Candidata do MDB derrotada no primeiro turno, Simone Tebet, anunciou nesta quarta-feira (5), que vai apoiar o ex-presidente Lula (PT) no segundo turno da eleição presidencial. A declaração foi dada em um hotel em São Paulo.
Tebet destacou que tem críticas a Lula, mas reconhece no petista o que chamou de compromisso com a democracia. "Ainda que mantenha as críticas que fiz ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva, em especial nos seus últimos dias de campanha quando cometeu o erro de chamar para si o voto útil, que é legítimo, mas sem apresentar as suas propostas completas, depositarei nele o meu voto porque reconheço nele o seu compromisso com a democracia e com a Constituição, o que desconheço no atual presidente. Meu apoio não será por adesão. Meu apoio é por um Brasil que sonho ser de todos", afirmou ela.
A senadora ainda disse que pediu ao candidato do PT a inclusão de propostas que pretendem zerar a fila de vagas em creches e escolas para crianças, a implementação do ensino médio técnico em tempo integral, a proposta de poupança de R$ 5 mil para formandos no ensino médio, zerar a fila de procedimentos na saúde e aumentar repasses ao Sistema Único de Saúde, soluções para o endividamento das famílias, além de sancionar a lei que proponha a igualdade de salário entre homens e mulheres e o compromisso com uma composição ministerial “plural”.
Simone Tebet pediu desculpas a amigos que defendem uma posição de neutralidade no segundo turno, mas afirmou que se omitir seria "trair" sua trajetória de vida pública.
A aliança foi selada em um almoço realizado nesta quarta em São Paulo na casa da ex-senadora Marta Suplicy, que já teve passagens por PT e MDB. A emedebista já havia se encontrado com Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice na chapa encabeçada por Lula, para discutir o tema.
Mais cedo, o MDB anunciou a decisão de liberar seus filiados a se manifestarem "conforme suas consciências", ou seja, permitindo apoio a Lula, Bolsonaro ou neutralidade.
Simone Tebet ficou em terceiro lugar na votação do último domingo (2), com 4,9 milhões de votos, ou 4,16% do total.
Além dela, Lula recebeu nesta quarta o apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e deve ter ao seu lado Helder Barbalho (MDB). Nesta terça-feira (4), o petista já havia recebido apoio formal do PDT e de Ciro Gomes, além do Cidadania, do senador José Serra (PSDB) e do economista Armínio Fraga, presidente do Banco Central no governo FHC.