O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que a marca chinesa Shein pretende nacionalizar 85% das vendas em quatro anos com produtos feitos no Brasil.

Ele se reuniu nesta quinta-feira (20) com representantes da empresa e com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Josué Gomes da Silva, na capital paulista.

"É uma coisa para nós muito importante que eles vejam o Brasil não apenas como mercado consumidor, mas como uma economia de produção", afirmou o ministro.

A Shein também prometeu, de acordo com Haddad, a seguir o sistema de tributação conforme estabelece a Receita Federal. "Essa é a única contrapartida nossa. Segundo eles, se a regra valer para todo mundo, eles vão absorver os custos dessa conformidade", completou.

A empresa de fast fashion tem sede na China, com atuação ativa em 220 países. O e-commerce começou as atividades em 2008 e ganhou relevância mundial pelas peças de baixo custo, do vestuário a itens para casa.

Ainda segundo Haddad, Shopee e Ali Express também manifestaram interesse em aderir ao plano de conformidade da Receita Federal. "A concorrência só é boa quando todo mundo está em igualdade de condições, aí ganha quem tiver o melhor produto e o melhor preço", declarou.

As falas de Haddad vêm dias após o governo federal recuar na taxação do comércio eletrônico para evitar a sonegação de impostos. Na semana passada, a Receita Federal chegou a anunciar que acabaria com a isenção de envios internacionais entre pessoas físicas de itens com valores até U$ 50.

A medida não repercutiu de forma positiva entre a população e o ministro da Fazenda foi procurado pelo próprio presidente Lula para mudar a estratégia de fiscalização sem alterar o sistema de tributos. Naquela ocasião, Haddad afirmou desconhecer a existência da marca Shein.