A âncora Sheila Magalhães, da BandNews FM, comentou durante a manhã da última quarta-feira (21) sobre a morte do jovem Juan Rodrigues Pereira, de 20 anos de idade, que ocorreu no domingo (18) na região metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo os parentes da vítima, quem fez o disparo foram policiais militares.
Testemunhas afirmaram que a situação ocorreu num aniversário da mãe de Juan e o rapaz estava saindo da festa de um primo, em um carro, e atrás estavam uma amiga, numa moto. O grupo estava indo a uma festa e passaram próximo do acesso a comunidade do Complexo do Salgueiro.
Ao passar no local, havia uma viatura da Polícia Militar apagada, sem a sinalização acessa, quando um agente de segurança desceu do automóvel e realizou um disparo que acertou Juan. O jovem foi internado, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na última terça-feira.
A Polícia Militar informou que realizava uma operação no local no dia, contra o roubo de veículos, e que houve uma abordagem quando criminosos dispararam contra os oficiais. Os agentes teriam encontrado quatro suspeitos e duas mortes. A família sustenta que não houve abordagem.
"Ele só queria sair para se divertir, só isso. Nada justifica o que foi feito. Não aceito, não perdoo. Não houve troca de tiro nenhuma, tem testemunhas. Não vou permitir que manchem meu sobrinho, não vou permitir que isso aconteça. Não vou", desabafou a tia de Juan.
Sheila afirmou que é triste perceber que as histórias trágicas e que envolvem morte de pessoas possivelmente inocentes "vão se empilhando, ao longo dos anos, e que se repetem".
"A gente fala de um caso numa semana, acompanha, infelizmente, a dor de uma família enlutada, acompanha enterro, processo de investigação que demora para saber a circunstância que essa pessoa acabou morrendo. Quando a gente começa a caminhar, dar alguns passos, acontece um caso de novo", analisou.
"E mais uma vítima morre em circunstâncias parecidas. A gente passa a conhecer mais uma família enlutada, mais um nome para entrar nessa lista, nessa estatística. Não dá nem tempo da gente se aprofundar nessas histórias. Não podemos deixar que a situação seja encarada com normalidade, porque ela se repete tanto no Rio de Janeiro. A gente vai empilhando as histórias e chega um momento em que a gente só fala: "É mais um". Não são números, são histórias. São famílias que são destruídas de maneiras muito parecidas, no Rio", completou.