Em discurso realizado no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou um investimento de R$ 1,6 bilhão no setor audiovisual. Os recursos serão voltados para a produção de filmes e séries nacionais.
O mandatário também assinou um decreto que estabelece cotas mínimas nos próximos anos para que salas de cinema exibam produções brasileiras. Com o público formado por artistas no palco, no local da cerimônia, o presidente expressou o que ele gostaria de ver nas produções brasileiras - e o que não gostaria de ver.
"Sou da turma que artista e cinema e novela, não é para ensinar putaria. É para ensinar cultura, contar história, para contar narrativas e não para dizer que queremos ensinar as crianças coisas erradas. Não, nós só queremos fazer aquilo que se chama arte. Quem não quiser entender o que se chama arte, dane-se. Nós queremos muita arte, muita cultura e disposição das pessoas participarem", disse Lula.
A âncora Sheila Magalhães, da BandNews FM, analisou a manifestação do presidente Lula e enxergou um viés político na manifestação do político, com o objetivo de se aproximar da população evangélica.
"A utilização do termo, me pareceu grosseira, uma deselegância. Mas não consigo parar de pensar no aspecto político que há por trás dessa fala. Ontem, falávamos sobre o quanto o presidente Lula tem buscado se aproximar ou conversar com o público evangélico. E o quanto, em alguns momentos, ele vai criar indisposições com o público um pouco mais progressista, que defende a liberdade ampla das artes. É legítimo, mas me parece que há uma tentativa política de fazer um discurso que flerte um pouco com o público mais conservador", analisou.