Sheila Magalhães: Reforma tributária pode auxiliar na redução da taxa de juros

Âncora da BandNews FM pontuou que votação de projetos econômicos no Congresso Nacional pode auxiliar o Banco Central a reduzir a taxa Selic

BandNews FM

A âncora do Jornal BandNews FM Sheila Magalhães afirmou nesta segunda-feira (10) que a aprovação da reforma tributária - em dois turnos, na Câmara dos Deputados, no fim da última semana - pode impactar positivamente na decisão do Banco Central para que a taxa de juros no país, atualmente fixada em 13,75%, possa cair na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). 

A jornalista relembrou que haverá o novo encontro do Copom acontecerá em agosto, ao fim do recesso parlamentar, e que o grupo já sinalizou em outras oportunidades que uma diminuição da Selic dependeria da aprovação do marco fiscal. No entanto, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou recentemente que a votação do arcabouço deverá ocorrer apenas no próximo mês. 

Já houve sinalizações por parte do Comitê de Política Monetária do Banco Central de que aguardaria a aprovação do marco fiscal para reduzir a taxa básica de juros. Se isso fica só para depois do recesso, será mesmo que na próxima reunião do Copom haverá redução da taxa de juros? Tomara que a aprovação da reforma tributária tenha servido para que o Copom olhe para a economia com um outro viés, talvez com viés de baixa na taxa de juros

A manifestação da âncora ocorre após a Casa Baixa do Legislativo aprovar, em dois turnos, o texto legislativo da reforma tributária. Agora, o texto deverá tramitar no Senado Federal e, caso seja aprovado com alterações no texto, a proposta voltará para a Câmara dos Deputados.  

Na última ata do Copom, o Banco Central sinalizou que uma sequência no processo desinflacionário - que já ocorre durante meses - deve abrir caminhos para uma redução da taxa Selic. Em tom cauteloso, o documento informou que os próximos passos da política monetária dependerá das expectativas da inflação, projeções futuras dos índices inflacionários, balanço de riscos e da evolução da dinâmica inflacionária.  

Pressão do governo Lula

Desde que retornou à presidência para o terceiro mandato à frente do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já teceu críticas públicas à alta nos juros no país. Segundo o mandatário, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, joga "contra os interesses da economia brasileira". "É irracional o que está acontecendo no Brasil, você tem uma taxa de juros de 13,75% com uma inflação de 5% [número projetado pelo mercado financeiro]", pontuou o chefe do Executivo em viagem recente à Itália. Fixada em 13,75%, a taxa Selic encontra-se no mesmo patamar desde agosto de 2022.