Os 17 setores econômicos que mais geram empregos no Brasil começam a se ajustar para a reoneração do imposto sobre a folha de pagamentos, que será implementada gradualmente a partir de 2025. O texto sancionado pelo presidente Lula prevê uma alíquota inicial de 5% em 2025, subindo para 10% em 2026, 15% em 2027 e retornando à alíquota original de 20% em 2028.
A proposta de retomada gradual das alíquotas visa reduzir o impacto imediato sobre as empresas. No entanto, especialistas e representantes do setor produtivo temem que a medida acabe resultando em aumento de custos e, consequentemente, na redução de contratações.
Desde 2011, esses setores foram beneficiados por uma desoneração que os isentava de pagar o imposto sobre a folha, contribuindo para a manutenção de empregos. Agora, com a reoneração, líderes empresariais se manifestam em defesa de uma revisão dessa política tributária e de uma reforma mais ampla nos custos sobre o trabalho.
O diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel, alerta para os possíveis impactos da reoneração no mercado de trabalho e no desenvolvimento econômico do país. Ele defende a redução do custo do trabalho como uma estratégia essencial para fortalecer a geração de empregos de qualidade: "se queremos acelerar a taxa de desenvolvimento do Brasil, é indispensável discutir os custos sobre o emprego. Essa reoneração vai impactar diretamente os setores que mais empregam e que já enfrentam desafios com a competitividade", afirmou.
Enquanto isso, os setores que mais empregam no Brasil, como o têxtil, a construção civil e o comércio, enfrentam o desafio de se adaptar ao novo cenário, equilibrando custos e manutenção de empregos em um mercado ainda sensível à recuperação econômica.