Servidores do Banco Central retomam nesta terça-feira (3) a greve da categoria em busca de recomposição salarial. No mês passado, o Palácio do Planalto anunciou reajuste de 5% para todo o funcionalismo público, mas os servidores do BC cobram recomposição salarial de 27%, recuperando as perdas inflacionárias dos últimos três anos.

Segundo o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central, as negociações com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, não foram adiante é uma assembleia na sexta-feira (29) decidiu pela retomada da greve.

Na primeira vez em que cruzaram os braços, entre 1º de abril e o dia 19, a divulgação do Boletim Focus, que reúne a previsão do mercado financeiro para o PIB (Produto Interno Bruto) e a inflação, não foi divulgado por quase um mês. O apagão de dados afeta o mercado financeiro e prejudica a tomada de decisões das políticas econômicas.

Os funcionários pretendem realizar um ato público na quarta-feira (4), entre 17h e 19h, na sede do Banco Central em Brasília. Os servidores marcaram a manifestação para o mesmo dia em que o Comitê de Política Monetária se reúne presencialmente para decidir a taxa básica de juros.

Em nota, a categoria disse que o “recrudescimento da luta se deu em virtude do prazo para o encaminhamento à pauta reivindicatória do corpo funcional do BC” e ressalta que a “intransigência e falta de avanços significativos durante o período em que a greve esteve suspensa” fizeram com que os funcionários cruzassem os braços novamente.

Por conta da lei eleitoral, os aumentos salariais ficam restritos à inflação do período até seis meses antes da eleição. O governo promete um reajuste de 5%, mas a proposta desagradou.