O secretário estadual de Desenvolvimento Urbano e Habitação de São Paulo, Marcelo Branco, afirma que o poder público tem projetos de moradia para o litoral norte, explica que o governo já avalia possíveis locais para criar moradias transitórias e que é responsabilidade de toda a população buscar soluções para a situação das pessoas afetadas.
Em entrevista exclusiva à BandNews FM, o chefe da pasta informou que habitações devem ser construídas para retirar as famílias das áreas de risco e que o estado não cederá à possíveis pressões contrárias.
Quando foi questionado sobre a resistência de turistas em relação à construção de conjuntos habitacionais em áreas consideradas nobres no litoral norte, Marcelo Branco foi categórico ao afirmar que podem “gritar e espernear, mas o estado vai ter a mão forte e fará o que tiver que ser feito para tirar as pessoas dessa situação".
Sobre as ações emergenciais, ele informou que, após um cadastro inicial, a população atingida poderá receber os auxílios, como alimentação e aluguel, que serão oferecidos pelo governo. O secretário ainda confirmou que a gestão estadual tem planos em desenvolvimento para a região.
"Iniciamos em janeiro o desenho de um projeto de reestruturação de todo o litoral. Será a longo prazo, não será resolvido em quatro anos, acredito que nem em dois mandatos é possível resolver, mas precisamos dar o primeiro passo", disse Branco.
O secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação diz que, de acordo com levantamentos preliminares da Defesa Civil, pelo menos um milhão de pessoas moram em áreas de risco no estado de São Paulo.
Segundo o chefe da pasta, o poder público avalia a possibilidade de aproveitar áreas próximas às regiões dos deslizamentos para receber moradias temporárias e permanentes. Os locais, em Maresias, Topolândia e Sahy, totalizam uma área de 30 a 40 mil metros quadrados e poderiam receber até 700 habitações.
Para não retirar compulsoriamente as pessoas das áreas de risco, o governo de Tarcísio de Freitas busca construir vilas de passagem, que consistem em casas mais simples que servem para a população enquanto a moradia definitiva não é entregue.
De acordo com o secretário, neste primeiro momento, é possível que algumas pessoas sejam alocadas em regiões diferentes da área de origem por conta da oferta de casas provisórias. "Talvez algumas pessoas tenham que ser removidas de suas áreas de origem, ou seja, mudem para um outro bairro para um lar provisório. Estamos estudando de fazer uma linha de ônibus especial para essas pessoas se deslocarem", explicou o secretário.