Mesmo com a aprovação da Anvisa, o Ministério da Saúde ainda precisa comprar e distribuir a vacina da Pfizer que será aplicada em crianças de 5 a 11 anos no Brasil. No entanto, em declaração nesta quinta-feira (16), o ministro Marcelo Queiroga disse não ter uma data definida para a compra do imunizante.
Os frascos e fórmula são diferentes, além de uma dose menor aplicada no intervalo de 21 dias, a Anvisa determinou medidas de precaução para evitar erros na aplicação das doses pediátricas.
Nesta quinta-feira (16), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que não há previsão para incluir a nova faixa etária no Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19. Segundo ele, mesmo após o estudo conduzido pelos técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o assunto precisa ser “bem discutido”.
“O Ministério vai discutir amplamente esse assunto com a sociedade, como tem feito. Amplamente, com a comunidade científica, com a sociedade civil organizada, com o Conselho Nacional do Ministério Público Federal, com integrantes do Conselho Nacional de Justiça”, afirmou o chefe da Pasta.
Em transmissão pela internet, Jair Bolsonaro criticou a decisão da Anvisa e prometeu divulgar os nomes de quem liberou a vacina para crianças.
Antes da aprovação, os diretores da agência haviam sido ameaçados, caso o uso fosse autorizado no Brasil.
“Você tem o direito de saber o nome das pessoas que aprovaram a vacina a partir de cinco anos para o seu filho. Você decide se essa vacina compensa ou não. O que o nosso governo fez desde o começo? Eu falei que a vacina tem que passar pela Anvisa. A vacina chegou e da nossa parte foi voluntária tomar ou não”, disse o chefe do Executivo.
A Pfizer garante que o imunizante é seguro e tem mais de 90% de eficácia nessa faixa etária.
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde já cobrou a inclusão das crianças de 5 a 11 anos no PNI, com a compra de vacinas para esse público.
Em entrevista à BandNews FM, o diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, afirmou que a decisão foi técnica e sugeriu a adoção de regras para evitar erros de aplicação. Entre elas, um treinamento especial de funcionários e um horário diferente: “Embora seja o mesmo fabricante, o mesmo princípio da vacina, ela vai seguir as orientações gerais a Pfizer, mas é tudo preparado para a criança”, considerou o presidente.
O presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renato Kfouri, avaliou de forma positiva a decisão da Anvisa. Segundo o médico, crianças e adolescentes respondem por 0,4% dos óbitos causados pela Covid-19 – cerca de 2500 mortes.
“Até agora, os Estados Unidos, entre cinco e 11 anos, vacinaram 5 milhões de crianças. Mais de 1 milhão já recebeu a segunda dose e não há nenhum relato de efeito colateral grave até o momento. O Canadá está utilizando a vacina, Agência Europeia já licenciou e outros imunizantes a partir de três anos no Chile e na Argentina”, relembrou Kfouri.
Anvisa também deve avaliar nos próximos dias o uso da CoronaVac em crianças e adolescentes de 3 a 17 anos.
O pedido do Instituto Butantan, recebido nesta semana, tem prazo de 30 dias para ser estudado pela agência.