Saiba riscos do zolpidem, que pode ter sido usado em criança de 2 anos na creche

Mãe denunciou escola após seu filho chegar do local, não conseguir ficar acordado e precisar de ajuda para ficar em pé

Saiba riscos do zolpidem, que pode ter sido usado em criança de 2 anos na creche
O zolpidem é um agente hipnótico indicado no tratamento da insônia
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A auxiliar administrativa Lays Torres de Almeida, mãe de uma criança autista de 2 anos, registrou denúncia contra o Espaço de Desenvolvimento Infantil Renée Biscaia Raposo por suspeita de doparem seu filho no dia 14 de junho. A creche fica em Cosmos, na Zona Oeste do Rio.

A Polícia Civil vai intimar os responsáveis pelo espaço. Já a Prefeitura do Rio de Janeiro instaurou sindicância para apurar a denúncia e comprovar se alguma substância foi dada ao menino dentro da escola e quem teria administrado o medicamento.

  

Um exame toxicológico realizado em uma clínica privada deu positivo para o medicamento zolpidem, remédio de uso controlado do grupo de hipnóticos sedativos. Por outro lado, o laudo pericial da Polícia Civil não constatou presença de substâncias.  

O zolpidem é indicado no tratamento da insônia de curta duração, por dificuldades em adormecer ou manter o sono. Mesmo para pacientes para os quais o medicamento é indicado, seu uso deve ser o menor possível e não deve ultrapassar quatro semanas.  

Efeitos colaterais do zolpidem

De acordo com a bula, o medicamento é contraindicado na faixa pediátrica mesmo para pacientes que tenham quadros que possam se beneficiar do uso. A segurança em pessoas com idade inferior à 18 anos não foi estabelecida.

Um estudo de 8 semanas realizados em pacientes com idades entre 6 e 17 anos revelou efeitos colaterais como:  

  • Tontura;
  • Dor de cabeça;
  • Alucinações.

Além disso, em pessoas tratadas com supervisão médica, outro efeito conhecido da substância são a fadiga e a amnésia, que pode gerar comportamentos inadequados.  

Desconfiança da mãe

A mãe desconfiou da situação quando buscou a criança na unidade de ensino. Ela disse que o menino não conseguia ficar acordado. Já em casa, os familiares filmaram o menino cambaleando e tentando se equilibrar.  

Em um momento, ele chega a esbarrar em um brinquedo e quase cai ao chão. O caso foi levado também ao Conselho Tutelar nesta terça-feira (25).  

Em seguida, a criança foi levada ao Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande, também na Zona Oeste, onde passou por uma lavagem estomacal.  

Segundo os familiares, a escola teria dito que o menino estava apenas com sono e com quadro de diarreia após ter ingerido uma vitamina de banana na escola. A versão é contestada pela família.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o menino deu entrada na unidade sem reação a estímulos e realizou exames laboratoriais que não apresentaram alterações significativas. 

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