Sabatina de Zanin tem embate com Moro e perguntas sobre Lava Jato

Ex-juiz questionou se advogado poderia se declarar suspeito para julgar processos da operação.

Rádio BandNews FM

O advogado Cristiano Zanin, indicado pelo presidente Lula (PT) a uma vaga no Supremo Tribunal Federal, foi aprovado com 21 votos a favor e 5 contra, em sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado nesta quarta-feira (21). Um dos momentos mais aguardados era o confronto com o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), ex-juiz e ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro.

Antes de fazer perguntas, Moro afirmou que seria totalmente técnico na avaliação. “Não existe nenhuma questão pessoal, eu respeito seu trabalho como advogado, que foi um trabalho profissional, assim como eu fiz meu trabalho como juiz, como profissional, não existe aí nenhuma questão pessoal envolvida. Mas é nosso dever fazer uma sabatina com questões que as vezes podem ser difíceis”, disse.

O primeiro questionamento foi sobre a proximidade de Cristiano Zanin com Lula. O advogado fez a defesa do petista nas ações penais enfrentadas no âmbito da Operação Lava Jato, que tiveram Sergio Moro como julgador até novembro de 2018 na 13ª Vara Federal de Curitiba.

Zanin respondeu ser próximo, mas negou rumores de ser padrinho de casamento de Lula. De acordo com Zanin, ele se encontrou o presidente da República apenas uma vez neste ano, justamente, para ser questionado quanto à indicação para o STF. O advogado recusou cargo no governo.

O senador do União Brasil questionou ainda se Sergio Moro poderia se declarar suspeito para julgar processos da Lava Jato. Cristiano Zanin falou que não acreditava que o fato de “etiquetar” uma ação seja critério. “Até porque, eu não acredito que o simples fato de colocar uma etiqueta no processo, indicar o nome Lava Jato, isso possa ser um critério a ser utilizado do ponto de vista jurídico para aquilatar a suspeição e o impedimento”, respondeu. 

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