O governo russo anunciou nesta terça-feira (27) que o gasoduto Nordstream apresenta pontos de vazamento no Mar Báltico e coloca em risco o abastecimento de gás natural da Alemanha. A Rússia fornece até 40% do gás natural utilizado na Europa e o combustível tem sido utilizado nos últimos meses como moeda de troca para conter sanções econômicas impostas depois do início da guerra com a Ucrânia.
Segundo autoridades russas, os “danos sem precedentes” ainda são investigados e não pode se descartar a chance de sabotagem.
Os pontos com problemas no gasoduto ficam na costa da Dinamarca e da Suécia.
Enquanto o Kremlin afirma estar “extremamente preocupado” com os incidentes, a Dinamarca alega ser uma coincidência difícil de acreditar.
Em entrevista do Centro Nacional de Sismologia da Suécia da Universidade de Uppsala à emissora pública SVT o órgão falou em certeza da ocorrência de explosões no equipamento e que a questão afetava a segurança global: "Esta é uma notícia muito preocupante. Na verdade, estamos falando de alguns danos de origem pouco clara para o gasoduto na zona econômica da Dinamarca", afirmou o sismólogo Bjorn Lund.
O Nordstream é responsável por levar o gás russo para a Europa sem passar por vias terrestres. A rede de tubos seria mais segura e garantiria a independência energética da Europa. Mas com a guerra na Ucrânia, a Rússia tem utilizado a disponibilização do gás em moeda de troca.
Há um mês, o fornecimento foi paralisado para uma manutenção demorada e não programada da rede de gasoduto.
Os Estados Unidos e países da Europa Ocidental acusam Putin de utilizar a dependência de alguns países no gás russo em estratégia de guerra, já que o Kremlin optou por cortar o fornecimento do produto para os compradores que se negarem a pagar em rublos, uma forma encontrada pela Rússia para fortalecer a moeda local.
A Alemanha, antigo maior cliente de Moscou, fechou no último final de semana um acordo com os Emirados Árabes para garantir fornecimento de gás sem necessitar de acordos com os russos.