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Rússia encerra, nesta terça (27), referendo em áreas ocupadas da Ucrânia

Quatro regiões que concentram 15% do território ucraniano são cobiçadas pelos russos; anexação não terá apoio da comunidade internacional

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Rússia encerra, nesta terça (27), referendo em áreas ocupadas da Ucrânia Foto: Reuters
Foto: Reuters

Termina nesta terça-feira (27) o referendo russo sobre a incorporação de quatro regiões da Ucrânia ao território do país de Vladimir Putin. Desde sexta-feira da semana passada (23), a população de Donetsk, Luhansk, Zaporíjia e Khelson é perguntada se aceita o domínio da Rússia na área tomada pelo Kremlin na guerra iniciada em fevereiro.

As regiões no leste e no sul da Ucrânia representam cerca de 15% do solo ucraniano e uma anexação pela Rússia criaria um corredor terrestre entre a fronteira atual do território russo com a Crimeia, península tomada por Putin em 2014.

O referendo é rejeitado por Volodymyr Zelensky, o presidente ucraniano, e não deve contar com o reconhecimento da comunidade internacional. Nesta segunda (26), Zelensky disse que a tomada de territórios pelos russos inviabilizaria qualquer tentativa de negociação para encerrar o conflito.

O governo da Ucrânia também denúncia ilegalidades na votação, como coação para votar pela anexação e o uso de crianças no processo eleitoral. Não está claro como será a apuração dos votos e nem os próximos passos de Putin.

Parece certo para analistas internacionais de que aprovada a anexação do território, o Kremlin aumente a presença militar na região, até para evitar uma contraofensiva ucraniana.

Na semana passada, o governo russo anunciou a convocação de 300 mil reservistas para reforçar as tropas na linha de combate. A medida tem gerado protestos no país e uma corrida para a fronteira.

Os ucranianos, enquanto isso, seguem no enfrentamento direto para reconquistas áreas perdidas. O avanço das tropas na região de Kharkiv, uma das principais cidades próximas da fronteira com a Rússia, tem elevado a moral dos militares, que contam ainda com armamento pesado fornecido pelo Ocidente, em especial pelos Estados Unidos.

Uma possível anexação das quatro áreas dominadas pelos russos pode levar a uma escalada do conflito, uma vez que qualquer ataque nas regiões seria interpretado como um ataque à Rússia. Caso isso ocorra, a expectativa é de uma declaração oficial de guerra, que poderia aumentar ainda mais a presença russa na Ucrânia.

Atualmente e desde o início do conflito, Vladimir Putin insiste que está em uma operação militar especial para libertar a Ucrânia. O termo guerra é proibido, o que gera conflitos e prejudica ao mundo conhecer as reais intenções do mandatário russo.