Autoridades russas e ucranianas concordaram nesta quinta-feira (25) em receber técnicos da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para uma inspeção na usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior planta atômica da Europa. A comunidade internacional pede, há meses, que seja feita uma avaliação no local por risco de um acidente radiativo “sem precedentes”.

O espaço está dominado por tropas russas desde março e tem sido alvo de bombardeios nas últimas semanas. Existe o risco que as explosões danifiquem parte dos sistemas da planta. Kiev e Moscou se acusam mutuamente pela autoria dos ataques. Os funcionários ucranianos continuam atuando no local, mas sob pressão dos russos, segundo o governo da Ucrânia.

O chefe da AIEA afirmou nesta quinta-feira (25), em entrevista para a TV francesa “France 24”, que a vistoria está “muito perto” de acontecer, mas não determinou datas precisas.

Na terça-feira (23), a ONU fez um apelo para que os países entrassem em acordo para a desmilitarização da área: "Neste momento, é imperativo receber o compromisso expresso das partes de interromper qualquer atividade militar em torno da usina nuclear de Zaporizhzhia para permitir a continuidade das operações seguras e protegidas", afirmou a chefe dos Assuntos Políticos da ONU, Rosemary DiCarlo, durante uma reunião do Conselho de Segurança sobre a situação na Ucrânia.

A cidade de Zaporizhzhia, que está localizada a 120km da usina, foi alvo de bombardeios na madrugada desta quarta (24).

No mesmo dia a guerra completou seis meses e não há previsão para um acordo de paz entre Volodymir Zelensky e Vladimir Putin.