O presidente Lula se reuniu nesta terça-feira (12) com o governador de Alagoas, Paulo Dantas, e o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, para discutir os danos ambientais provocados pelo rompimento de parte da mina de sal-gema da Braskem na capital alagoana. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, o ministro dos transportes, Renan Filho, o ministro da Casa Civil, Rui Costa e outros senadores do estado também participaram do encontro realizado no Palácio do Planalto.
Após a reunião, Rui Costa afirmou em uma coletiva de imprensa que a prioridade será o interesse da população. "Saímos da reunião com um pacto onde todos se comprometeram a deixar eventuais disputas políticas de lado para colocar em primeiro lugar o interesse da população, a situação da população."
A Braskem também foi informada pelo Instituto do Meio Ambiente que terá de apresentar medidas de controle e redução dos impactos causados pelo rompimento da mina. Além disso, foi exigido um relatório de execução do programa de resgate, tratamento e destinação de animais feridos pelo desastre.
O senador Renan Calheiros vem colhendo assinaturas para tentar instalar a CPI da Braskem e promete uma "investigação parlamentar técnica e imparcial". "O crime ambiental da Braskem precisa ser investigado e não pode ficar impune. A CPI é um dos meios para responsabilizar a mineradora", defendeu o político de Alagoas.
Na última segunda-feira (11), Paulo Dantas assinou a Carta de Alagoas com uma série de medidas emergenciais para lidar com a situação ambiental junto aos gestores públicos de Maceió e da região metropolitana. Dentre elas, a criação de um gabinete composto por membros do governo federal, estadual e municipal.
O documento prevê, ainda, uma ação que pode forçar a desapropriação de terrenos da Braskem na área afetada pelo rompimento da mina. A petroquímica diz que reservou R$ 3,8 bilhões em indenizações para atender 14,5 mil proprietários de cinco bairros da capital alagoana.
Segundo o governo de Alagoas, mais de duzentas mil pessoas foram afetas direta ou indiretamente pelo dando ambiental, e pelo menos 14 mil imóveis foram destruídos, incluindo escolas, um hospital psiquiátrico e uma central do SAMU.